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27/01/2003
-
09h06
do Agora São Paulo
Claudair Lopes de Farias, 35, o CL, é hoje o traficante mais procurado em São Paulo e está bem longe das garras da polícia paulista, apesar de ser caçado a todo instante no país inteiro.
De acordo com um traficante ligado à liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital), CL está vivendo atualmente na fronteira do Brasil com a Colômbia, onde continua negociando cocaína e a enviando a todo país.
Em setembro do ano passado, quando foram apreendidos 420 kg de cocaína pertencentes a CL, o diretor do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos), Ivaney Cayres de Souza, afirmou que o traficante negocia uma tonelada da droga todos os meses.
Na semana passada, Souza informou que o quilo da cocaína vem sendo negociado a US$ 6.000 na Colômbia. Por essa conta, CL comercializa aproximadamente US$ 6 milhões mensalmente.
O Agora apurou que parte de sua distribuição atinge as zonas leste e norte da capital. CL, segundo o traficante do PCC, já foi visto duas vezes no lado colombiano da fronteira da selva amazônica.
CL vem mandando cocaína para São Paulo através do Mato Grosso do Sul e da "rota caipira", que passa por diversas cidades do interior paulista. Autoridades brasileiras confirmam que CL está fora do país, mas não dizem exatamente onde.
'Compadre'
Em gravações telefônicas feitas pela polícia no ano passado, CL se apresenta como "compadre" de Fernandinho Beira-Mar, o maior traficante do país, preso em Bangu 1, no Rio.
Seu "compadre" Beira-Mar vende quatro vezes mais drogas do que ele, segundo dados da CPI do Narcotráfico.
Cinco membros do grupo de Beira-Mar também foram presos na época da apreensão dos 400 kg. Todos foram considerados pela polícia muito próximos a CL.
O traficante ouvido pela reportagem disse ainda que CL vive com dois seguranças colombianos, aos quais paga cerca de US$ 5.000 por semana para poder cruzar o país e negociar a cocaína que continua enviando para São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Onde seu comparsa Beira-Mar atua, CL não ousa negociar droga, já que foi o traficante carioca quem o apresentou aos pequenos cartéis da Colômbia. Ao contrário do que se imagina, CL não está comercializando cocaína com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), guerrilha ligada ao narcotráfico.
Os negócios de CL vêm sendo feitos juntos aos chamados "cartelitos", pequenos grupos criminosos que pagam "pedágio" para as Farc com o intuito de receber permissão para produzir e comercializar a cocaína por todo o país.
O traficante da facção informa que CL vive o tempo todo em clima de alerta, principalmente quando percebe que brasileiros estão nos mesmos locais que ele.
"Ele tem medo de ser dedurado, pois sabe que nem todo mundo que atravessa a fronteira é traficante, mas também policial infiltrado e informante da polícia", disse. "CL também sabe que muitos outros bandidos estão de olho na fortuna que ele fez em pouco tempo vendendo pó."
Discreto
Nascido em Ribeirão Claro, no Paraná, CL sempre foi muito discreto e por isso a polícia paulista não muitas informações nem imagens dele.
CL também é investigado por participação em vários homicídios na capital, interior e Paraná. Ele mesmo diz ter cometido pelo menos 80 assassinatos. Atualmente, para escapar dos grampos, o megatraficante usa telefones de transmissão via satélite, cuja interceptação é complexa.
Maior traficante de SP enviaria droga da Colômbia
ANDRÉ CARAMANTEdo Agora São Paulo
Claudair Lopes de Farias, 35, o CL, é hoje o traficante mais procurado em São Paulo e está bem longe das garras da polícia paulista, apesar de ser caçado a todo instante no país inteiro.
De acordo com um traficante ligado à liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital), CL está vivendo atualmente na fronteira do Brasil com a Colômbia, onde continua negociando cocaína e a enviando a todo país.
Em setembro do ano passado, quando foram apreendidos 420 kg de cocaína pertencentes a CL, o diretor do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos), Ivaney Cayres de Souza, afirmou que o traficante negocia uma tonelada da droga todos os meses.
Na semana passada, Souza informou que o quilo da cocaína vem sendo negociado a US$ 6.000 na Colômbia. Por essa conta, CL comercializa aproximadamente US$ 6 milhões mensalmente.
O Agora apurou que parte de sua distribuição atinge as zonas leste e norte da capital. CL, segundo o traficante do PCC, já foi visto duas vezes no lado colombiano da fronteira da selva amazônica.
CL vem mandando cocaína para São Paulo através do Mato Grosso do Sul e da "rota caipira", que passa por diversas cidades do interior paulista. Autoridades brasileiras confirmam que CL está fora do país, mas não dizem exatamente onde.
'Compadre'
Em gravações telefônicas feitas pela polícia no ano passado, CL se apresenta como "compadre" de Fernandinho Beira-Mar, o maior traficante do país, preso em Bangu 1, no Rio.
Seu "compadre" Beira-Mar vende quatro vezes mais drogas do que ele, segundo dados da CPI do Narcotráfico.
Cinco membros do grupo de Beira-Mar também foram presos na época da apreensão dos 400 kg. Todos foram considerados pela polícia muito próximos a CL.
O traficante ouvido pela reportagem disse ainda que CL vive com dois seguranças colombianos, aos quais paga cerca de US$ 5.000 por semana para poder cruzar o país e negociar a cocaína que continua enviando para São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Onde seu comparsa Beira-Mar atua, CL não ousa negociar droga, já que foi o traficante carioca quem o apresentou aos pequenos cartéis da Colômbia. Ao contrário do que se imagina, CL não está comercializando cocaína com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), guerrilha ligada ao narcotráfico.
Os negócios de CL vêm sendo feitos juntos aos chamados "cartelitos", pequenos grupos criminosos que pagam "pedágio" para as Farc com o intuito de receber permissão para produzir e comercializar a cocaína por todo o país.
O traficante da facção informa que CL vive o tempo todo em clima de alerta, principalmente quando percebe que brasileiros estão nos mesmos locais que ele.
"Ele tem medo de ser dedurado, pois sabe que nem todo mundo que atravessa a fronteira é traficante, mas também policial infiltrado e informante da polícia", disse. "CL também sabe que muitos outros bandidos estão de olho na fortuna que ele fez em pouco tempo vendendo pó."
Discreto
Nascido em Ribeirão Claro, no Paraná, CL sempre foi muito discreto e por isso a polícia paulista não muitas informações nem imagens dele.
CL também é investigado por participação em vários homicídios na capital, interior e Paraná. Ele mesmo diz ter cometido pelo menos 80 assassinatos. Atualmente, para escapar dos grampos, o megatraficante usa telefones de transmissão via satélite, cuja interceptação é complexa.
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