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28/01/2003 - 11h19

Aumenta número de mortos em SP neste verão por causa da chuva

MILENA BUOSI
da Folha Online

Dezessete pessoas morreram em São Paulo de dezembro do ano passado até agora em consequência das fortes chuvas que atingiram o Estado. O número já supera os 14 mortos entre 1º de dezembro de 2001 e 31 de março do ano passado, período em que foi implantada a Operação Verão da Defesa Civil Estadual.

Nesta madrugada, sete pessoas de uma mesma família morreram em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, após deslizamento de terra no bairro Jardim São Judas, periferia. A maioria das vítimas era criança. Uma criança de 3 anos também morreu em Mauá, na Grande São Paulo.

No domingo, uma adolescente de 15 anos morreu e duas crianças ficaram feridas no desabamento de uma casa no Parque Recanto Mônica, em Itaquaquecetuba, também na Grande São Paulo.

As outras mortes deste verão ocorreram em Mauá (2), São José dos Campos (1), Ribeirão Preto (1), Orlândia (3) e Rio Claro (1). Em São José, Orlândia e Ribeirão as vítimas foram atingidas por raios. Em Mauá, houve um deslizamento, e em Rio Claro, uma mulher, no carro, caiu em um buraco aberto em uma avenida por causa da chuva.

Vinte e sete pessoas ficaram feridas e 1.233 estão desabrigadas, ou seja, perderam suas casas, estão em abrigos e recebem mantimentos e roupas por meio das prefeituras. Pelo menos outras 1.800 estão desalojadas e moram em casa de parentes ou amigos.

Segundo a Defesa Civil Estadual, 63 municípios foram afetados por causa das chuvas e sofreram com deslizamentos, problemas em pontes, rodovias, desabrigados ou mortes.

No verão passado, 54 pessoas ficaram feridas e 1.310 desabrigadas. Foram atingidos 85 municípios.

Alerta

São José dos Campos foi colocado em estado de alerta pela Defesa. Pelo menos seis famílias foram retiradas de casas que podem desabar. Funcionários do governo monitoram outras moradias.

Caraguatatuba e Guarujá, no litoral, Piquete, Queluz e Areias, no interior, estão em estado de atenção _quando a chuva é forte e as equipes de geólogos são mobilizadas para vistoria.

A última etapa é o alerta máximo, quando a Defesa percebe que todos os moradores de grandes áreas precisam ser removidos preventivamente. Nenhum município está nesta situação.

Chuvas

O índice de chuva neste ano também é grande em relação ao verão anterior. De dezembro de 2001 até o final de fevereiro de 2002, o índice pluviométrico no Estado foi de 508 milímetros de água. De dezembro do ano passado até hoje foram cerca de 500 milímetros.

"Praticamente chegamos ao acumulado de três meses do verão passado", disse a diretora de comunicação social da Defesa Civil Estadual, capitã Eliane Nikoluk Scachetti.

Cada município estabelece um potencial de risco com base na chuva. A da capital paulista é de 80 milímetros de água em três dias. Segundo a capitã, das 22h de ontem até as 7h de hoje choveram 60 milímetros na cidade.

Prevenção

A Operação Verão da Defesa consiste no monitoramento meteorológico, envio de boletins para as prefeituras e alertas sobre possíveis problemas.

"Há um controle do índice da quantidade de chuva e a vistoria de equipes de geólogos e engenheiros nas áreas de risco. Fazemos também treinamento com alguns moradores. Mas dependemos também da contribuição da comunidade", disse Nikoluk.

Os moradores de áreas de risco que vivem, em sua maioria, em morros, devem tomar algumas atitudes para evitar tragédias.

"Os moradores precisam estar atentos aos sinais, quando postes e árvores inclinam, há rachaduras na casa e as madeiras entortam. Quando a água que corre por causa da chuva conter barro, é sinal de que há algo errado e os moradores devem sair de casa, avisar os vizinhos e acionar a Defesa Civil, os Bombeiros ou a polícia", disse a capitã.

Os moradores não devem se preocupar em levar eletrodomésticos ou móveis. "A pessoa precisa ter consciência que a vida é mais preciosa do que qualquer bem material."

Em relação aos raios, os moradores devem evitar circular em áreas elevadas e locais abertos, como campos de futebol e praias. O melhor é entrar em casa ou em algum estabelecimento.

"As pessoas também não devem ficar sob quiosques e árvores. Em Orlândia, os três mortos estavam em baixo de uma árvore", disse. Em casa, deve-se desligar os aparelhos dos interruptores.

 

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