Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/01/2003 - 09h48

Chuva supera barragem e inunda Ribeirão Preto (SP)

MARCELA ROSSETTO
ALLAN DE ABREU
da Folha Ribeirão

As duas barragens construídas para evitar enchentes em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, não deram conta das águas da chuva de ontem e a cidade voltou ter alagamentos. Pelo menos 50 famílias ficaram desalojadas.

Na região central, as chuvas voltaram a atingir comerciantes. Cerca de 30 estabelecimentos na Francisco Junqueira foram alagados, e mais 30 boxes no CPC (Centro Popular de Compras).

Segundo a própria Secretaria de Infra-Estrutura, as águas de ontem simplesmente passaram por cima das barragens de Bonfim Paulista e Santa Teresa.

As obras da prefeitura para combate às enchentes estão atrasadas. Das três barragens prometidas para 2002, apenas uma _a Santa Teresa_ ficou pronta. A de Bonfim funciona parcialmente. A administração já admite novo atraso. A meta era construir três. Em crise financeira, os planos mudaram: "Queremos construir pelo menos duas em 2003", disse o secretário de Infra-Estrutura, Ibrahim Alexandre Junior.

Ele garante, no entanto, que a situação poderia ter sido pior. "Se não fossem as duas barragens, com certeza o estrago seria muito maior", afirmou.

Desde as 14h, os transtornos começaram a ser sentidos pela população. Motoristas com seus carros quebrados e pessoas atravessando ruas com ajuda de barcos foram algumas das cenas vistas. Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve nenhuma vítima.

A água desceu rapidamente pelo ribeirão Preto e inundou a Vila Virgínia. Em algumas residências, a água chegou a um metro de altura, destruindo todos os móveis. "O pessoal está pegando tudo o que consegue e correndo para os vizinhos", disse a funcionária da Defesa Civil Juliana Pires.

Os desalojados foram encaminhados para o ginásio da Cava do Bosque. Ontem no final da tarde, o secretário da Cidadania, Jorge Parada (PT), estava reunido com o prefeito Gilberto Maggioni (PMN) para definir o número de colchões e a quantidade de comida a ser destinados às vítimas.

No cruzamento das avenidas Francisco Junqueira e Jerônimo Gonçalves, uma cena comum nas últimas semanas voltou a se repetir, agora com maior intensidade: a água tomou as duas avenidas, chegando até o CPC.

"Não dava para distinguir o que era rua do que era rio", declarou Pires. A água invadiu todo o térreo de uma pousada na Jerônimo Gonçalves. "Não tenho nem onde dormir porque a água destruiu o meu quarto nos fundos", disse, chorando, a gerente Vilma de Souza.

Ontem, até as 15h, houve registro de 53,8 milímetros de chuva em Ribeirão, segundo o LabGeo (Laboratório de Geociências) da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto). Comparativamente, choveu mais do que os 16 milímetros do dia 23 de fevereiro de 2002, quando Ribeirão enfrentou a maior enchente dos últimos anos com 660 famílias desalojadas. A previsão é que a chuva continue nos próximos dias.

Em Sertãozinho (335 km de SP), 30 famílias do bairro Sem-Teto ficaram desalojadas ontem à tarde com o transbordamento do córrego Sul. Não houve vítimas.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página