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07/08/2000 - 15h56

E-mails sobre golpes via Internet são mentira, afirma delegado especializado

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LARISSA SQUEFF
da Folha Online

Os e-mails que falam sobre golpes que estão sendo aplicados via Internet, a respeito de crianças desaparecidas e até sobre doenças raras são, em 90% dos casos, mentiras inventadas por internautas que têm como objetivo criar pânico entre os usuários da rede e debochar dos que repassam as mensagem para dezenas de pessoas. A afirmação é do delegado Mauro Marcelo de Lima e Silva, do setor de Investigação de Crimes de Alta Tecnologia da Polícia Civil de São Paulo.

Segundo o delegado, os e-mails contendo "denúncias" bombásticas e alertas sobre golpes estão se tornando comuns na Internet e pegando muitos internautas desavisados. A mensagem mais nova do tipo que está circulando pela rede fala de uma advogada que, depois de conhecer um rapaz numa sala de bate papo e se encontrar com ele, teve a conta bancária roubada por ele.

Outra mensagem que circulou há pouco tempo alertava sobre o perigo de preencher cadastros via Internet, já que uma gangue estaria utilizando os dados para assaltar a casa dos cadastrados. "Esta mensagem citava até um juiz como exemplo. Ele precisou mudar o telefone de sua casa, tendo em vista que recebia centenas de telefonemas por dia em busca de mais informações sobre o suposto golpe", disse o delegado.

De acordo com Lima e Silva, a maioria das pessoas repassa as mensagens porque se solidariza com o drama alheio. "Criar e espalhar boatos pela internet é uma mania americana. Nos Estados Unidos há hoax (boatos em inglês) de todos os tipos. O mais famoso deles fala de um portador do HIV que estaria colocando agulhas sujas de sangue contaminado nos bancos de cinema para tentar disseminar a doença entre outras pessoas", disse ele.

O delegado afirmou que antes de enviar o e-mail para amigos e parentes, o internauta deve tentar checar as informações contidas na mensagem. Ou seja, se o assunto é criança desaparecida, é preciso que a mensagem contenha informações detalhadas sobre o caso_ com telefone dos familiares_ e que seja citada a delegacia onde o caso foi registrado.

Ele disse ainda que os hoax costumam seguir um estilo próprio. "O título da mensagem vem escrito em letra maiúscula para chamar atenção. No meio da mensagem há exemplos de pessoas que foram vítimas de golpes parecidos e um pedido para que a mensagem seja enviada para o maior número de pessoas possível", afirmou.

O anonimato e velocidade permitidos pela Internet fazem com que os boatos cresçam e tomem proporções perigosas. O delegado lembra do boato criado pelo ex-dono do Mappin, Ricardo Mansur. Ele começou a enviar mensagens para grandes investidores e empresários dizendo que o banco Bradesco estava falindo. "As pessoas devem ficar atentas para não estarem cometendo crimes ao repassar certas mensagens.", alertou o delegado.

Outra mensagem recente que circulou pela rede e também causou pânico foi a que falava sobre câmeras de TV escondidas em um motel de São Bernardo do Campo, região do ABC. A história ganhou tanta proporção que foi até parar nos jornais. "Os donos do motel estão arrasados. Muito provavelmente alguém que foi mal tratado no local ficou com raiva e saiu espalhando o boato por aí", disse.

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