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10/02/2003 - 16h21

Líder de quadrilha aprendeu esquema com sequestradores de Abílio Diniz

FERNANDA IEMA PINTO
da Folha Online

O líder da maior quadrilha de sequestros do país, Pedro Ciechanovicz, 49, pode ter aprendido o esquema de organização em "células", adotados por grupos terroristas, com os sequestradores do empresário Abílio Diniz.

Segundo o diretor do Denarc (Departamento de Investigação sobre Narcóticos), Ivaney Caure de Souza, Ciechanovicz cumpriu pena na mesma penitenciária em que estavam os criminosos que sequestraram Diniz em 1989. "Foi lá [na penitenciária] onde ele aprendeu como montar a estrutura de 'células'", afirmou.

De acordo com a polícia, Ciechanovicz era o líder da "celula-mãe" e comandava toda a organização. As outras "células" ("células-filhas"), formadas por grupos de criminosos espalhados em todo o país, eram responsáveis por observar o futuro sequestrado, armar o esquema de abordagem e de fuga, recrutar "soldados" para realizar o crime e para fazer as negociações com a família da vítima e cuidar do cativeiro.

Segundo a polícia, não havia uma ligação direta entre as "células", com o objetivo de dificultar as investigações da polícia.

Prisão

Ciechanovicz foi preso nesta madrugada, em Curitiba, após nove horas de cerco policial. Após ser detido, ele ordenou a libertação, em Quatá (486 km a oeste de SP), do empresário João Bertin, 82, após cinco meses de sequestro.

Ele chegou pela manhã ao Denarc, em São Paulo, onde presta depoimento. Ele será transferido para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes (589 km de SP).

O líder coordenava, desde quando fugiu da cadeia de Mongaguá, litoral sul paulista, em 1995, os grandes sequestros no país.

Segundo o delegado divisionário Everardo Tanganelli, do Denarc, a polícia tem prova de pelo menos 15 sequestros comandados por ele desde 1999, entre eles, o do empresário Girz Aronson, das lojas G.Aronson.

Investigação

A investigação de Tanganelli teve início em junho de 2001, quando o delegado era titular da Seccional de Sorocaba (110 km a oeste de SP). José Lanaro, filho de um empresário, havia sido sequestrado e, no dia seguinte, seu corpo foi encontrado com 14 tiros.

Depois, em Salto (105 km de SP), em outubro de 2001, o empresário Roberto Benito Júnior, um dos proprietários das Lojas Cem, também foi sequestrado. Ele foi libertado 120 dias depois.

As investigações revelaram coincidências entre os casos, como a forma de agir dos sequestradores. Dois acusados de envolvimento nos crimes, Vanderlei José da Silva e Reinaldo Lima e Silva foram preso.

Em maio do 2002, Tanganelli foi transferido para o Denarc e verificou que um dos integrantes da organização, Osman Hassan Issa, fora denunciado por tráfico de drogas e tinha ligação com Anderson Manzinni, parceiro do sequestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho, que está preso.

Desde então, 11 acusados foram presos, dois morreram e várias testemunhas foram ouvidas. Osman, conhecido como Turquinho, mantinha contas no Líbano para lavar o dinheiro dos sequestros, segundo a polícia.

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