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14/02/2003
-
08h43
MARCELO CLARET
da Folha Vale
A falta de fiscais na Vigilância Sanitária de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, vem impedindo a execução de plano de combate à dengue no município, que atingiu em janeiro um índice de Breteau de 13 focos para cada cem domicílios vistoriados.
Para a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), um índice de infestação acima de um representa risco à saúde pública.
Em dezembro do ano passado, a Funasa publicou a portaria 599, que caracteriza como "em risco iminente" os municípios que têm o índice acima de um.
A medição do índice de Breteau é a maneira mais apurada de avaliação da extensão da presença do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença, no município.
O índice, que permite até mesmo identificar o tipo de criadouro predominante no domicílio, é calculado de acordo com o número de focos encontrados em cada cem domicílios vistoriados pela Vigilância Sanitária.
"Esse índice serve para preparar ações de intervenção porque dá idéia de em qual área do município agir e qual o recipiente de preferência do mosquito", disse a diretora de combate a vetores da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) de São Paulo, Dalva Valério Wanderley.
A principal ação de intervenção anunciada pela prefeitura no ano passado para combater o surgimento de focos, no entanto, não saiu do papel _a aplicação de multa de R$ 210 a proprietários de imóveis com focos do mosquito.
O trabalho visava atingir principalmente os donos das 24 mil casas de veraneio, que representam 53% dos imóveis da cidade.
Após 48 dias da aprovação da proposta, que seria adotada no começo do ano para evitar uma epidemia de dengue hemorrágica durante a temporada de verão, os trabalhos ainda não começaram.
A fiscalização deveria ser feita pela Vigilância, mas, segundo o secretário municipal da Saúde, Aldo Pedro Conellian Júnior, os trabalhos foram adiados em razão da "reduzida equipe" do órgão _oito fiscais.
O secretário afirmou, no entanto, que, a partir da próxima semana, os agentes sanitários, únicos fiscais autorizados a aplicar as multas, farão uma varredura nos bairros da cidade para identificar os focos da dengue.
"Temos poucos agentes sanitários no município, o que, infelizmente, atrasou um pouco os trabalhos nos domicílios", declarou.
Em dezembro, o índice Breteau no município era de 11,9. No início da temporada, em outubro, ele era de apenas cinco focos para cada cem locais vistoriados.
Há uma semana, foi confirmado o primeiro caso de dengue do ano, que é autóctone (contraído no próprio município). Em 2002, São Sebastião teve 2.594 casos suspeitos e 1.249 confirmados.
Na cidade, os focos são encontrados com mais facilidade em caixas d'água, tambores vazios e vasos de plantas. "Mas não podemos afirmar que somente nesses lugares existem focos. Temos que olhar para todos", afirmou Dalva.
Segundo ela, a Sucen realiza os cálculos anualmente em todos os municípios e, dependendo dos casos, em períodos mais propícios, como os meses entre dezembro e abril. "A cidade é priorizada porque tem uma zona portuária e teve muitos casos no ano passado", afirmou Dalva.
A diretora técnica da Sucen na região, Celeste Cristina de Azevedo, afirmou que o índice de Breteau em São Sebastião inspira atenção, principalmente em épocas de grande concentração de turistas. "O trabalho de combate tem que ser intensificado, principalmente durante o Carnaval. Temos que estar atentos para as pessoas que vêm de outras regiões do país, como Rio e Minas", disse.
Falta de fiscais impede ação antidengue em São Sebastião (SP)
CAROLINA FARIASMARCELO CLARET
da Folha Vale
A falta de fiscais na Vigilância Sanitária de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, vem impedindo a execução de plano de combate à dengue no município, que atingiu em janeiro um índice de Breteau de 13 focos para cada cem domicílios vistoriados.
Para a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), um índice de infestação acima de um representa risco à saúde pública.
Em dezembro do ano passado, a Funasa publicou a portaria 599, que caracteriza como "em risco iminente" os municípios que têm o índice acima de um.
A medição do índice de Breteau é a maneira mais apurada de avaliação da extensão da presença do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença, no município.
O índice, que permite até mesmo identificar o tipo de criadouro predominante no domicílio, é calculado de acordo com o número de focos encontrados em cada cem domicílios vistoriados pela Vigilância Sanitária.
"Esse índice serve para preparar ações de intervenção porque dá idéia de em qual área do município agir e qual o recipiente de preferência do mosquito", disse a diretora de combate a vetores da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) de São Paulo, Dalva Valério Wanderley.
A principal ação de intervenção anunciada pela prefeitura no ano passado para combater o surgimento de focos, no entanto, não saiu do papel _a aplicação de multa de R$ 210 a proprietários de imóveis com focos do mosquito.
O trabalho visava atingir principalmente os donos das 24 mil casas de veraneio, que representam 53% dos imóveis da cidade.
Após 48 dias da aprovação da proposta, que seria adotada no começo do ano para evitar uma epidemia de dengue hemorrágica durante a temporada de verão, os trabalhos ainda não começaram.
A fiscalização deveria ser feita pela Vigilância, mas, segundo o secretário municipal da Saúde, Aldo Pedro Conellian Júnior, os trabalhos foram adiados em razão da "reduzida equipe" do órgão _oito fiscais.
O secretário afirmou, no entanto, que, a partir da próxima semana, os agentes sanitários, únicos fiscais autorizados a aplicar as multas, farão uma varredura nos bairros da cidade para identificar os focos da dengue.
"Temos poucos agentes sanitários no município, o que, infelizmente, atrasou um pouco os trabalhos nos domicílios", declarou.
Em dezembro, o índice Breteau no município era de 11,9. No início da temporada, em outubro, ele era de apenas cinco focos para cada cem locais vistoriados.
Há uma semana, foi confirmado o primeiro caso de dengue do ano, que é autóctone (contraído no próprio município). Em 2002, São Sebastião teve 2.594 casos suspeitos e 1.249 confirmados.
Na cidade, os focos são encontrados com mais facilidade em caixas d'água, tambores vazios e vasos de plantas. "Mas não podemos afirmar que somente nesses lugares existem focos. Temos que olhar para todos", afirmou Dalva.
Segundo ela, a Sucen realiza os cálculos anualmente em todos os municípios e, dependendo dos casos, em períodos mais propícios, como os meses entre dezembro e abril. "A cidade é priorizada porque tem uma zona portuária e teve muitos casos no ano passado", afirmou Dalva.
A diretora técnica da Sucen na região, Celeste Cristina de Azevedo, afirmou que o índice de Breteau em São Sebastião inspira atenção, principalmente em épocas de grande concentração de turistas. "O trabalho de combate tem que ser intensificado, principalmente durante o Carnaval. Temos que estar atentos para as pessoas que vêm de outras regiões do país, como Rio e Minas", disse.
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