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04/02/2010 - 13h53

Kassab anuncia moradia para artistas; projeto cria 2.500 residências no centro

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JULIANNA GRANJEIA
Colaboração para a Folha Online

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), anunciou na manhã desta quinta-feira a destinação de um prédio na avenida São João para a moradia de artistas com baixa renda. A medida faz parte do Programa de Habitação e Requalificação do Centro - Renova Centro, que irá desapropriar 53 prédios na região central da cidade para a criação de cerca de 2.500 unidades habitacionais.

O antigo hotel Cineasta será reformado, e seus 58 apartamentos serão comercializados por meio de locação subsidiada pela Prefeitura de São Paulo.

A atriz Nicete Bruno compareceu ao evento, representando o Sated (Sindicato dos Artistas e Trabalhadores em Espetáculos de Diversão). Ela afirmou que o local é uma reivindicação antiga da classe. "É a oportunidade de criar em São Paulo aquilo que há tanto tempo nos desgostava. Irá abrigar artistas que não trabalham mais individualmente, mas ainda têm possibilidades de fazer um trabalho coletivo com jovens", disse Nicete.

Kassab afirmou que, caso o número de artistas interessados na moradia ultrapasse o número de unidades destinadas no prédio do hotel, outro edifício deve entrar no programa. "Queremos trazer os artistas de volta ao centro de São Paulo", disse o prefeito.

Renova Centro

Dos 53 decretos necessários para as desapropriações, dez já foram publicados em "Diário Oficial" e 43 serão publicados na edição desta sexta-feira (5). Os locais exatos dos prédios que serão desapropriados e reformados para moradia ainda não foram informados para evitar a invasão dos imóveis. De acordo com a legislação, a desapropriação só pode ser realizada em edifícios vazios.

Segundo Ricardo Pereira Leite, presidente da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação), o último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feito no ano 2000, revelou que São Paulo tinha cerca de 400 mil imóveis desocupados.

O estudo feito pelo governo para a realização do projeto mostra que as regiões mais habitadas na cidade são diferentes das regiões que oferecem emprego. "Na República, por exemplo, existe quatro empregos para cada habitante, enquanto que na Cidade Tiradentes tem 0,01 vaga de emprego para cada pessoa. São cerca de 300 mil viagens diárias de outras regiões de São Paulo para a Sé", afirmou Leite.

Entre 1991 a 2009, 150 mil moradores deixaram o centro de São Paulo, segundo o presidente. "Trazer moradores de volta para o centro pode reduzir em 7.000 viagens de ônibus, metrô e trem por dia", explicou Leite.

O Renova Centro foi elaborado em parceria com a FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP (Universidade de São Paulo) e abrange o Parque Dom Pedro 2º, Vale do Anhangabaú e a região da cracolândia, rebatizada pelo governo de Nova Luz.

O professor de arquitetura da FAU Paulo Bruna explicou, na manhã desta quinta, que o edifício Riachuelo, reformado no ano passado, é referência para o método de requalificação que será usado nos prédios desapropriados.

A reforma dos imóveis deve durar entre três e cinco anos. Os apartamentos terão entre 30 e 60 metros quadrados. As unidades serão alugadas, por meio de locação social (subsidiada pela prefeitura) e vendidas. A Caixa Econômica Federal fará o financiamento das unidades. Também existe a possibilidade de alguns imóveis entrarem do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal.

O investimento estimado nas reformas é de aproximadamente R$ 400 milhões, que devem ser provenientes da própria Prefeitura de São Paulo e da Caixa Econômica Federal.

 

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