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24/02/2003 - 11h25

Tráfico atacou Palácio do Governo e polícia do Rio em outubro

da Folha Online
da Folha de S.Paulo, no Rio

A madrugada foi marcada por tiroteio, granadas, incêndio e assalto no Rio. Esta não foi a primeira vez que moradores ficaram aterrorizados por causa da violência orquestrada na cidade.

Entre a noite de 16 de outubro do ano passado e a manhã do dia seguinte, traficantes armados com granadas e fuzis atacaram o Palácio Guanabara, sede do governo, o shopping Rio Sul (Botafogo, zona sul), uma delegacia, no centro, e dois carros de polícia. Os ataques começaram depois de uma tentativa de fuga no presídio Bangu 3, na zona oeste da cidade.

Dentro da penitenciária, presos armados com fuzis, pistolas e cinco quilos de explosivos tentaram derrubar o muro. Do lado de fora, quatro carros com traficantes se posicionaram para dar cobertura a uma fuga.

O objetivo das ações, de acordo com a polícia, era resgatar líderes da facção CV (Comando Vermelho), aliados do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

Na ocasião, Beira-Mar estava isolado no Batalhão de Choque da PM, após ser transferido de Bangu por causa de uma rebelião, em 13 de setembro. No motim, rivais do CV foram assassinados.

Agentes penitenciários e policiais reagiram e evitaram a fuga em Bangu. Houve rebelião no local.

Depois do ataque ao presídio, criminosos deram início a ações em diversos pontos da cidade. Traficantes ordenaram que moradores do morro da Providência entrassem num ônibus que os levaria até o complexo de Bangu. O ônibus foi abordado por PMs. Os passageiros contaram à polícia que receberam ordens, mas não sabiam a razão de irem a Bangu.

Um carro da Polícia Civil foi atacado por um grupo de criminosos em São Cristóvão (zona norte). Houve troca de tiros, e o policial Roberto Santana da Rocha, 52, foi morto.

No Campo de São Cristóvão foram localizadas duas picapes pretas sem placa e com inscrições "ADA" e "Bonde do Linho", referências à facção Amigo dos Amigos e ao traficante líder do Terceiro Comando. As inscrições foram consideradas pela polícia como uma tentativa de despiste, pois a ADA e o TC são rivais do CV.

Dois homens em um táxi pararam em frente ao shopping Rio Sul, e um deles atirou uma granada. A explosão abriu um buraco na calçada e estilhaçou uma vitrine. Ninguém se feriu, e os homens conseguiram fugir.

Depois, dois homens em um táxi _os mesmos que atacaram o shopping, segundo a polícia_, dispararam tiros de fuzil contra o Palácio Guanabara. A fachada do prédio, que era guardado por seis PMs, foi atingida por nove tiros.

Cinco minutos depois, os mesmos criminosos atacaram um carro do 1º BPM (Batalhão de Polícia Militar) na entrada do túnel Santa Bárbara, ferindo um policial. A seguir, a 6ª Delegacia de Polícia, na Cidade Nova (zona central), foi alvejada, supostamente pelos mesmos homens.

Segundo a Polícia Civil, as ações aconteceram para desviar a atenção da polícia do complexo de Bangu, onde ocorria a tentativa de fuga.

As ações teriam sido articuladas em uma reunião na Rocinha (zona sul), com a presença dos traficantes Luciano Barbosa da Silva, o Lulu da Rocinha, André Anchieta, o Menininho do Jacarezinho, e Márcio Batista da Silva, o Dinho Porquinho, de Manguinhos.

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