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24/02/2003 - 15h52

19 ônibus são incendiados em ações criminosas no Rio

da Folha Online

O Rio de Janeiro foi palco, mais uma vez, de ações criminosas orquestradas possivelmente por traficantes. O governo atribuiu as ocorrências à facção CV (Comando Vermelho), e o mandante seria o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, preso em Bangu 1 (zona oeste).

Foram suspensas hoje as visitas aos detentos do presídio. O secretário da Segurança Pública, Josias Quintal, disse que as ações, que começaram nesta madrugada e se estenderam pela manhã, visam desestabilizar o governo Rosinha Garotinho e foram tramadas dentro da penitenciária.

Segundo o Corpo de Bombeiros, 19 ônibus, três carros e um caminhão foram queimados. Pelo menos 13 pessoas ficaram feridas após o ônibus em que estavam ser atingido por dois coquetéis molotov (bombas incendiárias) em Botafogo, zona sul. Duas estão internadas em estado grave no hospital Souza Aguiar.

Além dos ônibus incendiados, granadas e bombas caseiras explodiram nas zonas norte e sul, motoristas foram assaltados e policiais entraram em confronto com criminosos. O pânico tomou conta dos moradores da cidade.

Não há registro do número total de feridos.

Parte do comércio fechou e alunos deixaram de frenquentar escolas. Com medo da violência, alunos de pelo menos 18 escolas públicas não comparecerem às aulas hoje. A maioria está localizada na zona norte, como a Afonso Vargas, em Inhaúma, e a Senegal, em Riachuelo.

Pelo menos seis pessoas foram presas acusadas de distribuir panfletos com ordem de fechamento do comércio, com assiantura do Comando Vermelho. Outros três adolescentes foram detidos após saquearem um supermercado.

Bombas de fabricação caseira foram arremessadas por volta das 5h contra prédios de classe alta na avenida Vieira Souto, em Ipanema, zona sul. Ninguém se feriu, mas vidros de apartamentos ficaram estilhaçados. Uma granada foi encontrada em um prédio, mas não explodiu.

Uma bomba de efeito moral foi lançada contra um supermercado da Tijuca, zona norte. Outra granada foi lançada contra o Batalhão da PM em Olaria, também zona norte.

Reação

O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), pediu a transferência de Beira-Mar. Nenhum documento chegou ao Ministério da Justiça. No entanto, de acordo com o ministério, o traficante pode ser levado para a Unidade de Recuperação Social Antônio Amaro Alves (AC), para o presídio de Presidente Bernardes (SP) ou para o Presídio da Papuda (Brasília).

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou que já colocou à disposição da governadora do Rio, Rosinha Garotinho, todo o efetivo da Polícia Federal no Estado.

Rosinha disse que soube das articulações de criminosos por volta da 0h de hoje e, por isso, colocou a polícia nas ruas. "Se não tivéssemos agido, o Estado estaria com todas as suas portas fechadas, conforme aconteceu em outros tempos", disse.

A Polícia Militar ocupa oito favelas em diversas regiões do Rio de Janeiro. Na favela Beira-Mar acontece uma operação policial.

Tráfico

Esta não foi a primeira vez que ações criminosas ocorreram em diversas regiões do Rio. Em 30 de setembro do ano passado, o comércio, temendo ameaças supostamente atribuídas a traficantes, fechou as portas no Rio, Niterói e São Gonçalo (cidades na região metropolitana). Escolas fecharam e ônibus deixaram de circular.

Uma gravação obtida pelo Ministério Público Estadual revelou conversa de dois traficantes, um deles preso em Bangu, combinando parar o comércio, especialmente nos bairros da zona sul, em represália ao isolamento dos líderes do Comando Vermelho no Batalhão de Choque da PM.

Dias depois foi descoberto um plano dos traficantes para realizar uma fuga em massa dos presídios de Bangu e tumultuar as eleições do primeiro turno das eleições.

O episódio fez com que a governadora Benedita da Silva (PT) pedisse o apoio das Forças Armadas nas eleições no Estado, em 6 de outubro.

Segundo a polícia, ligações de ameaças também teriam partido de telefones residenciais das zonas norte e sul da cidade.

Palácio do Governo

Entre a noite de 16 de outubro do ano passado e a manhã do dia seguinte, traficantes armados com granadas e fuzis atacaram o Palácio Guanabara, sede do governo, o shopping Rio Sul (Botafogo, zona sul), uma delegacia, no centro, e dois carros de polícia.

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