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24/02/2003 - 17h20

Bloco carnavalesco envolvido em morte em SP deverá ser penalizado

LÍVIA MARRA
da Folha Online

A Uesp (União das Escolas de Samba Paulistanas) deverá discutir hoje a atuação do bloco Independente, que esteve envolvido em um confronto de torcidas organizadas neste final de semana, durante desfile no Sambódromo do Anhembi, zona norte de São Paulo.

A Uesp afirma que o ato "foi repugnante e medidas enérgicas serão tomadas" durante assembléia extraordinária marcada para a noite desta segunda-feira.

A constituição de uma "Assembléia Permanente", reunindo dirigentes das entidades filiadas, também deverá ser anunciada. A assembléia deverá atuar até o dia 6 de março, quando acontece a apuração do Carnaval 2003 para os grupos carnavalescos.

A Uesp integra 22 blocos e 67 escolas.

Segurança reforçada

A segurança será reforçada para os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, que ocorrem nesta sexta-feira (28) e sábado (1º de março) no Sambódromo do Anhembi.

O efetivo de segurança foi ampliado de 1.500 homens para 2.825, sendo 1.200 policiais militares (incluindo homens do grupo de elite e tropa de choque), 450 guardas municipais, 30 investigadores da Deatur (Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista), 200 seguranças contratados pelo Anhembi e 945 seguranças contratados pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo.

Além disso, o esquema de segurança contará com revista seletiva (pela polícia) de ônibus que transportam os sambistas, fiscalização (pela Liga) dos carnavalescos ainda nas escolas de samba, filmagem dos sambistas na concentração e a presença de seguranças à paisana.

As medidas, reavaliadas após o confronto do último final de semana, foram divulgadas nesta segunda-feira, após reunião envolvendo o presidente do Anhembi, Celso Marcondes, o presidente da Liga, Robson de Oliveira, o secretário de Segurança Urbana, Benedito Mariano, o delegado da Deatur, Naief Saad, e o coordenador operacional da Polícia Militar, coronel Leopoldo Augusto Correa Filho.

Tiroteio e morte

O início violento do Carnaval de São Paulo, que resultou na morte de seis pessoas, é consequência de brigas entre grupos rivais, envolvendo, principalmente, integrantes de torcidas organizadas.

Com armas escondidas em fantasias ou instrumentos musicais, integrantes do bloco Independente _composto por torcedores do São Paulo_ atacaram integrantes do bloco Pavilhão 9 _formado por torcedores do Corinthians_, na concentração do sambódromo.

Ruy Luciano Nogueira, 25, que preparava um carro alegórico do Pavilhão 9, foi assassinado com um tiro na cabeça.

Após os desfiles, os ônibus que transportavam integrantes da Independentes foram escoltados pela Polícia Militar até certo trecho do trajeto. Na avenida Marquês de São Vicente, região da Barra Funda, zona oeste, os torcedores, aproveitando a ausência da polícia, seguiram até a escola Mancha Alviverde _ formada por palmeirenses_, onde ocorria uma festa.

Em novo confronto, morreram o palmeirense Mauro Roberto Costa, 24, e Dhiógenes Ventura, 20, que seria da Independentes.

O ex-presidente do conselho deliberativo da torcida Tricolor Independente Carlos André Amorosino Júnior, 28, o Sukita, foi preso acusado da morte do palmeirense. A polícia acredita que ele tenha sido também o autor dos disparos no Anhembi. Sukita negou o crime.

Mais violência

O autônomo Cleiton Gonçalves da Silva, 26, foi assassinado a tiros na madrugada desta segunda-feira após sair do ensaio da escola de samba Unidos da Vila Maria, na zona norte de São Paulo.

A polícia acredita que o crime tenha ocorrido por vingança. Silva teria se envolvido em uma briga durante o ensaio da escola de samba.

Em Diadema, na Grande São Paulo, uma mulher e uma criança de 8 anos morreram na noite deste domingo em um tiroteio durante o ensaio da escola de samba Unidos da Vila, no parque Sete de Setembro. Pelo menos outras 18 pessoas ficaram feridas.

O tumulto foi causado por uma briga entre gangues rivais da região, segundo a polícia.

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