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08/08/2000 - 19h59

Secretário descarta falha técnica e culpa maquinista por choque de trens em Perus

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MILENA BUOSI
da Folha Online

O secretário de Transportes Metropolitanos, Claudio de Senna Frederico, culpou o maquinista do trem 127, Oswaldo Pierucci, pela tragédia em Perus. "Houve falha humana relacionada com o fato de manter o trem parado. O responsável por isso é quem estava no local, ou seja, o maquinista. Ou o responsável foi o autor do procedimento de segurança que determina o calço."

Frederico descartou falha técnica no acidente que envolveu duas composições da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em 28 de julho, matando 9 pessoas e ferindo outras 104. Pierucci não foi localizado para comentar as declarações do secretário.

Nesta terça (8), durante a divulgação do balanço parcial da sindicância da CPTM que apura as causas do acidente, o secretário explicou que, em um declive, não há como parar o trem. "Mesmo com o freio funcionando ou com um calço não é suficiente para parar o trem em uma descida, o que aponta que houve falha humana.

O secretário colocou em dúvida depoimento de Pierucci à polícia, no qual o maquinista disse ter colocado um calço no trem parado. Segundo o maquinista, uma hora e quarenta minutos depois de a composição 127 parar e ter sido calçada pela primeira vez, os vagões começaram a se movimentar.

Diante disso, ele desceu do trem e tentou calçar novamente, com madeiras, mas não conseguiu. O trem, então, atingiu a composição que estava parada na estação Perus.

O secretário afirmou que qualquer pedra do tamanho de um maço de cigarro manteria o trem parado, evitando que ele seguisse para a estação e atingisse a outra composição que estava parada.

Segundo Frederico, foram feitos testes com um trem idêntico ao 127 no mesmo local do acidente. O secretário garantiu que foram usados galhos, pedras e madeiras encontrados no local para calçar o trem o suficiente para evitar que ele andasse.

O secretário reconheceu que a CPTM deveria ter calço no trem, mas lembrou que cabe ao maquinista verificar isso. Apesar de a própria companhia já ter admitido que não cumpre a norma que prevê a existência de calço dentro do trem, o secretário isentou a CPTM dessa responsabilidade. "Não ter calço dentro do trem é uma falha de procedimento, não é uma falha técnica."

Frederico não quis comentar o que poderá acontecer com o maquinista caso fique comprovado que ele foi o culpado pelo acidente. O resultado da sindicância será divulgado no sábado.

Clique aqui para ler mais notícias sobre o acidente em Perus na Folha Online.

Leia o artigo de Eleonora de Lucenasobre o assunto na Pensata

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