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25/02/2003 - 23h22

Ministério Público define força-tarefa para investigar torcidas

LÍVIA MARRA
da Folha Online

O Ministério Público instalou nesta terça-feira a força-tarefa que investigará as torcidas organizadas em São Paulo. Brigas envolvendo torcedores rivais _integrantes de agremiações carnavalescas_ provocaram mortes no último final de semana.

"Foi instalada a força-tarefa e trabalharemos um período em sigilo. A idéia é apresentar resultados logo", afirmou o promotor Fernando Capez, da Promotoria de Justiça da Cidadania.

As estratégias adotadas pela força-tarefa foram discutidas em reunião envolvendo o promotor José Carlos Blat, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Fernando Capez, da Promotoria de Justiça da Cidadania, Augusto Rossini, coordenador do Caex (Centro de Apoio Operacional a Execução e das Promotorias de Justiça Criminais), os promotores Arual Martins e Ivandil Dantas da Silva, também do Caex, e o promotor Rodrigo César Pinho, chefe de gabinete.

Depois da reunião, promotores estiveram na sede da Torcida Tricolor Independente, no centro de São Paulo. Objetos foram apreendidos.

"Fomos até a sede da Independente e requisitamos todas as fichas com a fotografia de todos os membros da torcida", disse Capez.

Outras torcidas também deverão apresentar informações sobre os associados. "Vamos fazer ampla investigação no futebol, com infoque criminal", afirmou o promotor.

Grampos telefônicos ou pessoas infiltradas poderão ser utilizados como formas de investigação.

Capez foi o responsável, na década de 90, da extinção das torcidas organizadas Mancha Verde (Palmeiras) e Independente (São Paulo). Elas voltaram aos estádios, porém, com outros nomes e permanecem em atividade.

Mortes no Carnaval

O início violento do Carnaval de São Paulo é consequência de brigas entre grupos rivais, envolvendo, principalmente, integrantes de torcidas organizadas.

Com armas escondidas em fantasias ou instrumentos musicais, integrantes do bloco Independente atacaram integrantes do bloco Pavilhão 9 na concentração do sambódromo, na noite de sábado, provocando a morte do carnavalesco Ruy Luciano Nogueira, 25, que preparava um carro alegórico do Pavilhão 9.

Após os desfiles, os ônibus que transportavam integrantes da Independentes foram escoltados pela Polícia Militar até certo trecho do trajeto. Na avenida Marquês de São Vicente, região da Barra Funda, zona oeste, os torcedores, aproveitando a ausência da polícia, seguiram até a escola Mancha Alviverde, onde ocorria uma festa. Um palmeirense e um são-paulino morreram.

Um dos diretores da Torcida Tricolor Independente, Carlos André Amorosino Junior, 28, o Sukita, foi preso acusado da morte do palmeirense.

Ele foi indiciado nesta terça-feira pela polícia pela morte do corintiano. Segundo o delegado Antonio Menezes Barbosa, titular da Deatur (Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista), uma testemunha reconheceu o são-paulino como sendo uma das pessoas que deram tiros no confronto com corintianos da Pavilhão 9.

Mais violência

Outros casos de violência envolvendo casos de Carnaval foram registrados na cidade. Ao menos sete pessoas morreram desde o último sábado.

O autônomo Cleiton Gonçalves da Silva, 26, foi assassinado a tiros na madrugada desta segunda-feira após sair do ensaio da escola de samba Unidos da Vila Maria, na zona norte de São Paulo. Silva teria se envolvido em uma briga durante o ensaio da escola de samba.

Em Diadema, na Grande São Paulo, uma mulher e uma criança de 8 anos morreram na noite deste domingo em um tiroteio durante o ensaio da escola de samba Unidos da Vila, no parque Sete de Setembro.

O tumulto foi causado por uma briga entre gangues rivais da região, segundo a polícia.

Também no domingo, o comerciário Irani Sebastião Borges, 35, foi morto a tiros quando saía da quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na zona norte da capital.

Fora do Carnaval

A Uesp (União das Escolas de Samba Paulistanas) decidiu nesta segunda-feira eliminar o bloco Independente do Carnaval de São Paulo.

Segundo a presidente da Uesp, Edleia dos Santos, o regulamento de blocos prevê a eliminação do Carnaval e a desfiliação da entidade do grupo que tiver comportamento inadequado ou praticar agressão moral ou física.

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