Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
06/03/2003 - 21h35

Preso ligado a Andinho é resgatado em cadeia de Hortolândia (SP)

CLAUDIO LIZA JUNIOR
da Folha de S.Paulo, em Campinas

O sequestrador Nivaldo Andrade de Góis, o Bóris, 26, integrante da quadrilha liderada por Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, e outros dez presos foram resgatados hoje da Penitenciária 2 do complexo penitenciário Campinas-Hortolândia.

Os presos serraram as grades de duas celas com estiletes improvisados e cortaram o alambrado externo com um alicate. Ao menos três veículos aguardavam os detentos do lado de fora da unidade.

Foi a primeira fuga de presos do regime fechado registrada no complexo em seis meses, desde que o governo estadual adotou medidas de melhoria de segurança, promoveu a transferência de presos e criou uma unidade de Regime Diferenciado Especial.

A Coordenadoria dos Presídios da Região Central do Estado, com sede em Campinas, abriu uma sindicância interna para investigar se houve facilitação de fuga.

O comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar de Hortolândia, capitão Wagner Dimas Alves Pereira, responsável pela segurança externa do complexo prisional, afirmou que vai abrir um inquérito para apurar a fuga.

Segundo Pereira, os PMs demoraram a atirar pois os funcionários da P2 não teriam soado o alarme alertando sobre a fuga.

A direção da P2 informou que os policiais só atiraram porque o alarme foi acionado.

Antes de ser resgatado da P2, Bóris já havia conseguido fugir do "cadeião" do bairro São Bernardo, em Campinas, em maio do ano passado, com mais 14 presos. Ele foi recapturado em julho.

A Corregedoria dos Presídios da Vara de Execuções Criminais de Campinas informou que suspeita do envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) no resgate de hoje.

Segundo a Folha apurou, Bóris e pelo menos mais um resgatado, o assaltante Rodrigo Peixoto, têm ligações com a facção criminosa.

"O índice de fugas nos últimos meses era exemplar, mas, infelizmente, a temporada de fugas de presos em Campinas foi retomada de uma forma triste como essa", disse o corregedor Hebert Teixeira Mendes.

Bóris está respondendo processo pelo sequestro da filha de um empresário em Campinas, em setembro de 2001.

Ele também aparece como membro da quadrilha em pelo menos oito inquéritos.

O coordenador dos presídios da região, João Batista Paschoal, disse que não sabia que o preso era acusado de sequestro.

Paschoal afirmou que, se soubesse desse precedente, teria encaminhado o detento para presídios considerados mais seguros, como os de Itirapina e Iperó.

As celas ficavam em pavilhões diferentes, o que reforça a suspeita de premeditação. "Isso não é coisa resolvida em um dia. Provavelmente os presos planejaram isso muito bem, observando a rotina dos funcionários e dos policiais", disse o coordenador.

Pelo menos três carros esperavam os presos do lado de fora, segundo a Polícia Militar. Houve troca de tiros com a PM, mas eles conseguiram fugir nos veículos.

Horas depois do resgate, os policiais apreenderam um Vectra, um Golf e uma perua Kombi, que teriam participado da operação. Um homem que estava na Kombi disse que havia sido sequestrado pelos presos. Ele foi encaminhado à Polícia Civil, onde prestou depoimento e foi liberado.

Em pelo menos um dos carros apreendidos, o Golf, a PM encontrou manchas de sangue. A corporação, no entanto, não soube informar se alguns dos presos ficaram feridos após trocarem tiros com a polícia.

"Pelo relato dos policiais do local, foi uma coisa muito rápida. Os presos deixaram as celas, cortaram o alambrado e já foram passando, quando os soldados tentaram evitar a fuga disparando contra eles", afirmou o comandante da PM.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página