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07/03/2003
-
03h40
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo estuda a criação de uma missão de inteligência formada pela Polícia Federal e pelo Exército como medida alternativa à presença de tropas federais nas ruas do Rio de Janeiro. A proposta foi entregue ontem ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, por seu colega Márcio Thomaz Bastos (Justiça).
Enquanto o governo não encontra um formato final para as ações, as Forças Armadas ficarão mais tempo patrulhando as ruas. Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve decidir até quando as tropas continuarão no Estado.
Ao Exército caberia, no futuro formato da missão, o monitoramento das fronteiras no país, para evitar a entrada de drogas e armas, e a atuação na inteligência.
A missão terá dois objetivos: desbaratar as quadrilhas de traficantes de drogas e interromper o fluxo de lavagem de dinheiro do narcotráfico. Segundo a avaliação do ministério, o "nó" da segurança do Rio está no mau funcionamento das polícias estaduais.
Pelo raciocínio de Bastos, se as polícias do Rio operassem de modo satisfatório, a situação não teria chegado ao ponto em que está.
A proposta do ministro é parecida com a força-tarefa criada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para combate ao crime em 2002. Para o governo Lula, a força-tarefa teria falhado pela participação das polícias Civil e Militar do Rio.
O atual governo prefere uma atuação mais próxima à missão especial do Espírito Santo, em que as polícias estaduais não atuam. A missão do Rio deve ter auxílio do Ministério Público Federal e da Justiça Federal do Estado.
Uma das principais cobranças do governo federal é a modernização das polícias. O programa de governo do PT na área de segurança pública prevê mais treinamento de policiais e reforço das corregedorias.
Na avaliação do governo federal, o plano encontra resistência na governadora Rosinha Matheus (PSB) justamente nesse ponto.
Um dos temas que mais têm encontrado resistência, segundo participantes das conversas, é a investigação de corrupção nas forças policiais e demissão de servidores com eventual ligação com o crime organizado.
O governo federal tem apresentado propostas e metas, mas Rosinha não responde sobre o assunto. Em um momento de maior tensão, segundo a Folha apurou, Dirceu conversou de modo ríspido com a governadora, afirmando que a responsabilidade constitucional pela área de segurança pública é dos Estados.
Segundo sua assessoria, Rosinha manteve conversas sobre a transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e o envio de tropas do Exército para patrulhar as ruas do Rio durante o Carnaval.
Operação Guanabara
O reforço do policiamento nas ruas do Rio que estava sendo feito por militares das Forças Armadas durante o Carnaval caiu para cerca da metade ontem. Cerca de 1.500 militares nas ruas integraram ontem a chamada Operação Guanabara. O Comando Militar do Leste evitou falar em números, por considerar a informação como sigilosa, mas informou a porcentagem da redução do efetivo: cerca de 50%.
Anteontem, o coronel Ivan Cosme, porta-voz do Comando Militar do Leste, havia dito que cerca de 3.000 homens participaram das ações no Carnaval. Antes dele, Rosinha já havia mencionado que o requerimento feito a Lula pedia esse número. Segundo Cosme, os pontos considerados mais críticos continuaram sendo policiados.
Governo quer "missão de inteligência" no Rio
IURI DANTASda Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo estuda a criação de uma missão de inteligência formada pela Polícia Federal e pelo Exército como medida alternativa à presença de tropas federais nas ruas do Rio de Janeiro. A proposta foi entregue ontem ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, por seu colega Márcio Thomaz Bastos (Justiça).
Enquanto o governo não encontra um formato final para as ações, as Forças Armadas ficarão mais tempo patrulhando as ruas. Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve decidir até quando as tropas continuarão no Estado.
Ao Exército caberia, no futuro formato da missão, o monitoramento das fronteiras no país, para evitar a entrada de drogas e armas, e a atuação na inteligência.
A missão terá dois objetivos: desbaratar as quadrilhas de traficantes de drogas e interromper o fluxo de lavagem de dinheiro do narcotráfico. Segundo a avaliação do ministério, o "nó" da segurança do Rio está no mau funcionamento das polícias estaduais.
Pelo raciocínio de Bastos, se as polícias do Rio operassem de modo satisfatório, a situação não teria chegado ao ponto em que está.
A proposta do ministro é parecida com a força-tarefa criada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para combate ao crime em 2002. Para o governo Lula, a força-tarefa teria falhado pela participação das polícias Civil e Militar do Rio.
O atual governo prefere uma atuação mais próxima à missão especial do Espírito Santo, em que as polícias estaduais não atuam. A missão do Rio deve ter auxílio do Ministério Público Federal e da Justiça Federal do Estado.
Uma das principais cobranças do governo federal é a modernização das polícias. O programa de governo do PT na área de segurança pública prevê mais treinamento de policiais e reforço das corregedorias.
Na avaliação do governo federal, o plano encontra resistência na governadora Rosinha Matheus (PSB) justamente nesse ponto.
Um dos temas que mais têm encontrado resistência, segundo participantes das conversas, é a investigação de corrupção nas forças policiais e demissão de servidores com eventual ligação com o crime organizado.
O governo federal tem apresentado propostas e metas, mas Rosinha não responde sobre o assunto. Em um momento de maior tensão, segundo a Folha apurou, Dirceu conversou de modo ríspido com a governadora, afirmando que a responsabilidade constitucional pela área de segurança pública é dos Estados.
Segundo sua assessoria, Rosinha manteve conversas sobre a transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e o envio de tropas do Exército para patrulhar as ruas do Rio durante o Carnaval.
Operação Guanabara
O reforço do policiamento nas ruas do Rio que estava sendo feito por militares das Forças Armadas durante o Carnaval caiu para cerca da metade ontem. Cerca de 1.500 militares nas ruas integraram ontem a chamada Operação Guanabara. O Comando Militar do Leste evitou falar em números, por considerar a informação como sigilosa, mas informou a porcentagem da redução do efetivo: cerca de 50%.
Anteontem, o coronel Ivan Cosme, porta-voz do Comando Militar do Leste, havia dito que cerca de 3.000 homens participaram das ações no Carnaval. Antes dele, Rosinha já havia mencionado que o requerimento feito a Lula pedia esse número. Segundo Cosme, os pontos considerados mais críticos continuaram sendo policiados.
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