Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/08/2000 - 18h42

Polícia divulga nova pista e retrato falado do maníaco de BH

Publicidade

RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A polícia de Belo Horizonte divulgou, no final da tarde desta quarta-feira, uma nova pista e o retrato falado de um homem que pode estar envolvido com as cinco mortes e pelo menos cinco desaparecimentos de mulheres na região noroeste da cidade.

Pela nova suspeita, o homem, que pode ser o suposto maníaco, estaria se apresentando como advogado e abordando mulheres em áreas próximas dos locais onde foram encontrados três corpos nos últimos meses. Segundo a Delegacia de Homicídios, o suspeito é moreno, tem 1,75m e teria entre 20 e 25 anos.

Até ontem, a polícia havia divulgado o nome de dois suspeitos de envolvimento com os desaparecimentos e assassinatos, o de um jardineiro e o de um capitão da Polícia Militar.

De acordo com o delegado Édson Moreira, responsável pela investigação dos casos, o homem convidava as mulheres para acompanhá-lo com a promessa de que elas fariam fotos publicitárias para outdoors.

"Ele tem um papo bom, aborda bem, fala bem, mas quando as mulheres pediam um cartão, uma identificação, o homem desconversava, dizia que não tinha", afirmou.

Moreira disse que o retrato falado foi feito de acordo com a descrição de três mulheres que teriam sido abordadas pelo homem, há algumas semanas, mas que recusaram a proposta das fotos.

Embora tenha divulgado o retrato, Moreira continua afirmando que trabalha ainda com uma linha de investigação que aponta um autor para cada crime. "Divulgamos o retrato porque, na investigação, nada pode ser desprezado. Esse homem não é suspeito, e sim investigado. Vamos ver se ele tem alguma coisa a ver com os casos ou não".

"A minha tese continua a mesma. Se esgotarmos essa linha investigatória (de um autor para cada crime) e não chegarmos às autorias dos crimes, aí vamos partir para investigarmos a existência de um possível maníaco", disse.

O Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Belo Horizonte começou a realizar ontem exames de DNA em um fio de cabelo encontrado na mão da secretária Josélia Mara Lopes Santos, 31. O corpo de Josélia foi localizado no último dia 2, em um lote vago do bairro Camargos.

Esperança

O exame é a mais nova esperança da polícia mineira para encontrar pistas sobre o suposto maníaco que estaria agindo na região noroeste da cidade, onde pelo menos dez mulheres sumiram ou foram assassinadas, desde fevereiro do ano passado. Até agora, nenhum dos casos foi esclarecido.

De acordo com o diretor do instituto, Marcos Luiz de Paula Soares, o objetivo é comparar os dados obtidos no exame com dados de suspeitos de terem praticado os crimes.

"Poderemos saber se o cabelo pertence à vítima e, se não pertencer, será feito um laudo com os dados genéticos do cabelo. No caso do aparecimento de suspeitos dá para a gente fazer uma confrontação e dizer se o fio pertence ao suspeito A ou B", afirmou.

Além do fio, roupas e acessórios usados por duas mulheres assassinadas também estão no instituto para que sejam feitos exames em busca de pistas.

Apesar de dizer que suspeitas sobre a existência ou não de um maníaco em BH cabem ao delegado que investiga os crimes, Soares afirmou que "coincidências" foram constatadas em alguns casos pelos setores químico e biológico do instituto.

A chefe da Seção de Biologia e Bacteriologia do instituto, Fabíola Soares Pereira, ressalta que o sucesso do teste no fio de cabelo depende do estado em que estão as células que ficam em volta do bulbo. "É bom frisar que vamos fazer uma tentativa. Ainda vou checar se as células da raiz, que é a área que realmente interessa para o exame, estão íntegras", disse, na tarde de hoje.

Segundo ela, o instituto já realizou teste de DNA em fio de cabelo, com sucesso, só que, nessa ocasião, o fio foi extraído no momento do exame. Fabíola afirmou que pediu à cúpula da Polícia Civil prazo de duas semanas para apresentar o laudo com os resultados do exame, mas disse que o trabalho pode ser encerrado antes.

Os casos envolvendo o desaparecimento e assassinatos de mulheres levaram empresários da região noroeste da cidade a desembolsar R¹ 39,2 mil para a instalação de dois postos de observação policial em pontos próximos aos locais onde foram encontrados três corpos de mulher, nos últimos meses.

O governador Itamar Franco, que ordenou há alguns meses o aumento do policiamento militar da região, disse que está acompanhado de perto as investigações.

Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online

Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página