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10/03/2003 - 06h52

60% dos trabalhadores deixam postos na maturidade

da Folha de S.Paulo

Sem uma intervenção precoce para prevenir problemas causados pelo trabalho, 60% dos trabalhadores deixaram seus postos na maturidade, segundo um dos mais longos e importantes estudos sobre envelhecimento ocupacional do mundo. Durante 11 anos, pesquisadores finlandeses avaliaram 6.500 trabalhadores.

"Temos dados que mostram que a intervenção tem um benefício até 20 vezes maior do que o custo", afirma Juhani Ilmarinen, diretor do Departamento de Fisiologia do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional.

A população mundial está envelhecendo e, consequentemente, a força de trabalho também. As empresas terão de, cada vez mais, prevenir problemas de saúde relacionados ao trabalho para manter um quadro de funcionários saudáveis -e encontrar os melhores meios para tratar os trabalhadores maduros, diz Ilmarinen.

A enfermeira Silvia Bellusci, doutoranda de Saúde Ocupacional da Faculdade de Saúde Pública da USP, estuda desde 97 o envelhecimento causado pelo trabalho em 1.253 funcionários e ex-trabalhadores do TRF (Tribunal Regional Federal) de São Paulo.

Comparando a situação de trabalhadores nos anos de 97 e 2001, ela verificou que houve uma piora no chamado "índice de habilidade para o trabalho" -medido por meio da auto-avaliação do trabalhador, que relata como estão suas habilidades para as tarefas e sua situação de saúde.

Os trabalhadores respondem a uma série de questões, cada uma com uma pontuação. Quanto mais pontos (maior score), maior é a capacidade para o trabalho.

Foi investigada a situação de 807 servidores em 97 e 446 em 2001 -dos avaliados nesse ano, 272 tinham participado da primeira parte da pesquisa. A média de idade dos trabalhadores avaliados é de 40 a 50 anos.

O score dos funcionários caiu de 41,7 em 97 para 41 em 2000, o que, segundo a pesquisadora, é estatisticamente significativo.

Da primeira para a segunda avaliação, 38 já estavam aposentados, cinco por incapacidade para o trabalho -todos tinham um score ruim no índice já em 97.

Em 2001, 69% relataram como fatores desgastantes as relações interpessoais no trabalho, a complexidade das tarefas, a falta de perspectiva profissional, falta de reconhecimento e de controle sobre o ritmo do trabalho.

O que mais influenciou a perda de capacidade foi a presença de lesões músculo-esqueléticas, alergias causadas pelo excesso de papel, distúrbios emocionais leves e irritação gastrointestinal.

 

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