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20/03/2010 - 08h47

Espera por entrevista para visto dos EUA em SP é de até 46 dias

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MÁRCIO PINHO
da Folha de S.Paulo

Começa com 46 dias de espera. Seguem-se então horas na fila, no calor de um pátio sem ar condicionado e, com sorte, sentado. Quem deseja tirar visto no Consulado-Geral dos Estados Unidos em São Paulo pode ter de passar por tudo isso --além do tradicional receio de não obter o documento.

São essas as queixas comuns no consulado que mais emite vistos americanos no mundo --mais de mil por dia.
A saga começa no agendamento. No site www.visto-eua.com.br, o candidato é informado de que deverá aguardar 46 dias até a entrevista em São Paulo, cidade mais concorrida entre as quatro que oferecem o serviço --as outras são Rio, Recife e Brasília.

Depois, vem a dificuldade de ser atendido. A Folha esteve na semana passada no consulado, na Chácara Santo Antônio (zona sul), e ouviu de pelo menos quatro visitantes que a entrevista havia ocorrido duas horas depois do horário agendado para a chegada.

"Tinha que estar aqui às 10h30, mas cheguei às 10h para garantir. Só consegui sair perto das 12h30", disse a dentista Renata Kobe, 28, que pretende viajar para a Disney.

Segundo o comerciante Renato Nunes, 34, a longa espera foi acompanhada do calor. "Ficamos sob um telhado que parece de zinco e que esquenta."

Alguns comemoravam o fato de serem atendidos em poucos minutos --idosos e gestantes, por exemplo, têm preferência. Já outros têm de esperar a manhã inteira, como o estudante Diego Beninca, 22, que ficou cinco horas no local e saiu sem o visto. "Só queria fazer um curso de inglês", lamentou.

A reportagem visitou o interior do consulado na terça, acompanhada pelo chefe da seção consular David Meron. Presenciou pessoas esperando ao sol, outras na sombra de árvores e algumas sentadas no chão. Outras estavam numa fila em formato espiral --algumas de pé e outras sentadas, mas que se levantavam a cada movimentação da fila.

Em geral, os pleiteantes afirmaram que conseguir o documento foi tranquilo e houve poucas perguntas na entrevista --entre elas, se pretendiam ficar nos EUA após a viagem. Disseram que os vice-cônsules, responsáveis pela entrevista, foram atenciosos e não ameaçadores, como imaginavam.

As filas no consulado começam ainda de madrugada --o serviço abre às 7h30. Os usuários são submetidos a um forte esquema de segurança. Só entra quem agendou. Um formulário é lido por código de barras. Celulares devem ficar guardados em caixas.

Depois disso tudo, há a triagem da documentação e o registro das digitais. Só então a entrevista.

Acompanhantes têm de esperar fora do prédio, onde pequenos comerciantes e ambulantes montaram toda uma estrutura voltada para o consulado. Lojas tiram fotos 5x5 por R$ 15 (duas) e vendem os formulários. Flanelinhas agenciam taxis e bares saciam fome e sede nas horas de espera.

Outras bandeiras

Os problemas do consulado americano se destacam em relação aos serviços de outros países visitados pela Folha, que, apesar de também exigirem visto até para turistas, têm fluxo menor que o dos EUA.

No Consulado do México --uma casa arborizada no Jardim Europa (zona oeste)--,os usuários eram atendidos na hora marcada na manhã de quarta. No do Canadá, instalado em um andar de um prédio no Brooklin (zona sul), havia uma fila de 15 pessoas (poucos minutos) para a entrevista.

Já o Consulado de Cuba, no Sumaré (zona oeste), a reportagem encontrou só uma pessoa tentando tirar o visto.

 

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