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06/10/2008 - 09h00

Calçada são ruins onde mais se anda a pé em SP

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MÁRCIO PINHO
da Folha de S.Paulo

Os distritos da região central de São Paulo abrigam as pessoas que mais vão a pé para o trabalho na cidade, mas nem por isso proporcionam calçadas em boas condições e seguras aos seus moradores.

A Folha visitou os cinco distritos em que as caminhadas são o meio de locomoção mais freqüente segundo a pesquisa "DNA Paulistano", feita pelo Datafolha. Foram ouvidas 28.389 pessoas entre 23 de fevereiro e 21 de julho deste ano em todos os 96 distritos de SP.

Buracos, árvores destruindo calçadas, desnivelamento e descontentamento com obras foram os problemas encontrados em diferentes pontos do Bom Retiro, Pari, Santa Cecília, Cambuci e República.

A forte presença do comércio e indústria têxteis aliada à vocação residencial do Bom Retiro podem ajudar a explicar por que esse distrito lidera a lista de pedestres -64% vão a pé ao trabalho. Contudo, num dos principais pólos de trabalho, a r. Nilton Prado, que reúne várias fábricas de roupa, há buracos em quase todas as quadras.

Em outro ponto, a rua José Paulino, as obras de reforma das calçadas não são vistas como uma melhora, mas um estorvo. A obra é feita em diferentes trechos da via desde maio. No momento, é realizada na esquina com a alameda Nothmann, onde pequenas pedras preenchem o chão enquanto não é colocado o piso. Tijolos atrapalham os pedestres e o sorveteiro Ronaldo Reis, 45. "Dificulta o trabalho andar com o carrinho."

Os comerciantes dizem não saber o motivo da obra e contam que pelo menos três pessoas já se acidentaram no local -uma idosa quebrou a clavícula. A UBS do Bom Retiro confirma que recebe casos de queda com certa freqüência. Segundo a prefeitura, a reforma foi um pedido dos lojistas.

Perto dali, no Pari, as vias residenciais são as em piores condições. Na rua das Olarias, por exemplo, os buracos competem em risco oferecido aos pedestres com uma árvore que destrói e eleva o calçamento na altura do número 58. Ela já ocasionou pelo menos dois acidentes, segundo Rosemar de Freitas, que há 16 anos mantém uma papelaria na rua.

"Moro aqui e sempre venho a pé. Eu já conheço os problemas e presto atenção, mas tem gente que não sabe. Dois velhinhos já tropeçaram nessa árvore".

No Pari --segundo distrito em que as pessoas mais andam até o trabalho (53%), ruas com muitas lojas, como a av. Vautier e a rua Hannemann, têm calçadas melhores. Nesta última, porém, uma "cratera" em uma guia rebaixada na esquina com a rua Tiers é uma armadilha para ciclistas e cadeirantes.

Esse grupo de pessoas enfrenta dificuldades em quase todos os bairros, mas especialmente no Cambuci, onde há muitas ruas em declive e calçadas com desníveis e degraus.

Na rua Lacerda Franco, no trecho em frente ao hospital Cruz Azul, não é possível andar cem metros sem ter que pular pelos menos três degraus, alguns com altura considerável.

"Às vezes, andar no meio da rua é mais seguro, mesmo correndo o risco de ser atropelado", afirma o vendedor Roberto Moraes, que tem deficiência física e diariamente faz um trajeto em sua cadeira de rodas pela rua Cesário Ramalho até o largo do Cambuci.

Santa Cecília

Em Santa Cecília, terceiro distrito em que mais se anda na cidade, a tendência é haver calçadas mais conservadas nas proximidades da avenida Higienópolis. Na avenida Amaral Gurgel, estão os piores buracos encontrados pela reportagem. Em alguns, o mato realça o estado de abandono.

Os problemas persistem quando se cruza essa avenida em direção à República, onde 48% dos moradores vão a pé trabalhar. Se na praça da República as calçadas estão bem conservadas, atravessando a rua são encontrados buracos e até tijolos de canteiros destruídos sobre a calçada.

 

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