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21/03/2003
-
08h32
da Folha de S.Paulo
O preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, negou ontem estar envolvido com a morte do juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antonio José Machado Dias, 47, assassinado na última sexta-feira.
Em uma nota divulgada por fax pela sua advogada, Ariane dos Santos, Marcola disse ter ficado sabendo do crime por meio de funcionários da Penitenciária 1 de Avaré e negou pertencer ao Primeiro Comando da Capital. "Não há provas de minha ligação com o PCC porque ainda não foi julgado o processo no qual sou acusado de fazer parte da facção. Sou contra todo o tipo de violência e acredito que esteja sendo usado como bode expiatório, para justificar a falha do Estado de ainda não ter conseguido achar os verdadeiros culpados", afirma ele no texto, que, segundo a Folha apurou, foi ditado à sua advogada.
O nome de Marcola acabou envolvido na investigação por causa de um bilhete apreendido no presídio na segunda, cujo trecho dizia: 'O Machado [referência ao juiz] foi nesta'. O recado, escrito pelo traficante Rogério di Simoni, o Mangue, estaria passando de cela em cela, arremessado com barbante pela janela, para chegar ao Marcola, disse a polícia.
Mangue foi transferido anteontem para o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em São Paulo, onde será ouvido sobre o bilhete. Em conversa informal com policiais, ele confirmou ter escrito a mensagem, mas negou que ela tivesse sido endereçada à cela de Marcola.
Assaltante de banco, Marcola está isolado no regime disciplinar diferenciado de Avaré desde o ano passado, quando teve o nome incluído entre os líderes do PCC e em ações criminosas praticadas no Estado. A principal prova contra ele é o depoimento do ex-líder facção, José Márcio Felício, hoje jurado de morte e isolado no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes.
Para a polícia, o bilhete é o primeiro indício de que a facção pode estar por trás do assassinato no juiz. Integrantes da facção estariam descontentes com decisões do magistrado, que, por exemplo, arquivou uma sindicância em que se apurava a morte de dois detentos do CRP de Bernardes, no final de 2002. O laudo oficial disse que houve suicídio nos dois casos.
Outra linha de investigação é a de que um grupo de presos, integrantes ou não do PCC, planejou o assassinato por causa de decisões do juiz-corregedor, a quem cabia julgar benefícios para condenados e pedidos de advogados de sete presídios da região de Presidente Prudente.
Ontem, policiais do Deic e promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) fizeram uma operação no interior do Estado. A polícia está investigando fuga de presos ligados ao PCC para comparar fotos dos foragidos com os retratos feitos a partir do depoimento de testemunhas que viram os atiradores que cercaram o juiz.
Marcola nega envolvimento em morte de juiz de Presidente Prudente
ALESSANDRO SILVAda Folha de S.Paulo
O preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, negou ontem estar envolvido com a morte do juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antonio José Machado Dias, 47, assassinado na última sexta-feira.
Em uma nota divulgada por fax pela sua advogada, Ariane dos Santos, Marcola disse ter ficado sabendo do crime por meio de funcionários da Penitenciária 1 de Avaré e negou pertencer ao Primeiro Comando da Capital. "Não há provas de minha ligação com o PCC porque ainda não foi julgado o processo no qual sou acusado de fazer parte da facção. Sou contra todo o tipo de violência e acredito que esteja sendo usado como bode expiatório, para justificar a falha do Estado de ainda não ter conseguido achar os verdadeiros culpados", afirma ele no texto, que, segundo a Folha apurou, foi ditado à sua advogada.
O nome de Marcola acabou envolvido na investigação por causa de um bilhete apreendido no presídio na segunda, cujo trecho dizia: 'O Machado [referência ao juiz] foi nesta'. O recado, escrito pelo traficante Rogério di Simoni, o Mangue, estaria passando de cela em cela, arremessado com barbante pela janela, para chegar ao Marcola, disse a polícia.
Mangue foi transferido anteontem para o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em São Paulo, onde será ouvido sobre o bilhete. Em conversa informal com policiais, ele confirmou ter escrito a mensagem, mas negou que ela tivesse sido endereçada à cela de Marcola.
Assaltante de banco, Marcola está isolado no regime disciplinar diferenciado de Avaré desde o ano passado, quando teve o nome incluído entre os líderes do PCC e em ações criminosas praticadas no Estado. A principal prova contra ele é o depoimento do ex-líder facção, José Márcio Felício, hoje jurado de morte e isolado no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes.
Para a polícia, o bilhete é o primeiro indício de que a facção pode estar por trás do assassinato no juiz. Integrantes da facção estariam descontentes com decisões do magistrado, que, por exemplo, arquivou uma sindicância em que se apurava a morte de dois detentos do CRP de Bernardes, no final de 2002. O laudo oficial disse que houve suicídio nos dois casos.
Outra linha de investigação é a de que um grupo de presos, integrantes ou não do PCC, planejou o assassinato por causa de decisões do juiz-corregedor, a quem cabia julgar benefícios para condenados e pedidos de advogados de sete presídios da região de Presidente Prudente.
Ontem, policiais do Deic e promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) fizeram uma operação no interior do Estado. A polícia está investigando fuga de presos ligados ao PCC para comparar fotos dos foragidos com os retratos feitos a partir do depoimento de testemunhas que viram os atiradores que cercaram o juiz.
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