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21/03/2003 - 14h36

Polícia apura punição do PCC a carcereiros de Hortolândia (SP)

CLAUDIO LIZA JUNIOR
free-lance para a Folha de S.Paulo, em Campinas

A Polícia Civil de Hortolândia investiga um suposto esquema de punição a carcereiros armado por líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia. O esquema, que inclui ordens de espancamento, conforme a polícia, ocorre na unidade de Regime Disciplinar Especial (RDE).

Segundo a polícia, um agente do RDE já foi vítima da ação supostamente coordenada pela facção e outro estaria marcado para receber uma punição.
Funcionários do complexo informaram à Folha que tomaram conhecimento da existência de uma lista elaborada por preso com nomes de agentes que seriam alvos de novos espancamentos feitos por encomenda.

A polícia informou desconhecer a existência da lista.

A primeira vítima do PCC foi espancada até entrar em coma, no início de fevereiro passado, na frente da casa dela, no Jardim Santa Emília, que fica próximo ao complexo, em Hortolândia.

O agente, que não teve o nome divulgado pela polícia, ainda está se recuperando das agressões e não há previsão do retorno dele à função. Segundo a polícia, as ações de espancamento estariam sendo encomendadas pelo PCC em represália ao que eles chamam de "atuação rigorosa" por parte dos agentes.

A Folha apurou que estariam sendo classificados como "rigorosos" pelo PCC agentes que impedem a entrada de drogas e a concessão de benefícios aos presos.

O coordenador das unidades prisionais da região central, com sede em Campinas, José Roberto Paschoal, informou por meio de assessoria de imprensa, que vai investigar se agentes estão sendo ameaçados dentro do RDE.

Ele, no entanto, afirmou que o caso do agente espancado no mês passado está sendo considerado um fato isolado. Segundo Paschoal, o espancamento teria sido realizado por amigos de um preso que tem "desavenças pessoais" com o funcionário.

A unidade de RDE foi criada em setembro do ano passado pela Secretaria de Estado da Administração Penitenciária para isolar líderes do PCC que estavam nos seis presídios do complexo Campinas-Hortolândia.

A RDE tem um regime um pouco mais brando do que o das unidades de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), como o de Presidente Bernardes, que fica na área de abrangência de Presidente Prudente, onde o juiz-corregedor responsável, Antônio José Machado Dias, morto no dia 14.

A ação, que tem provocado a reação das autoridades policiais e de Justiça do Estado, ainda é investigada como uma suposta represália do PCC ao endurecimento do regime prisional no Estado.

No RDD, os presos ficam isolados em celas individuais, monitoradas por câmeras de vídeo, e não recebem visitas íntimas. Já no RDE, as celas são coletivas, mas com limite de seis presos.
 

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