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23/03/2003 - 09h45

Morte de diretora de Bangu 1 segue sem solução

MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

Um crime semelhante ao assassinato do juiz-corregedor de Presidente Prudente (SP), Antonio José Machado Dias, continua sem solução no Rio: a morte, em 4 de setembro de 2000, de Sidneya dos Santos de Jesus, 46, diretora do presídio dito de segurança máxima Bangu 1.

Sidneya ficou conhecida por cortar privilégios dos presos. Restringiu a visita de advogados. Foi morta com três tiros diante de sua casa, na Ilha do Governador (zona norte do Rio).

Segundo o delegado Luiz Alberto de Oliveira, da Delegacia de Homicídios, três traficantes presos em Bangu 1 são suspeitos de ser os mandantes do crime. Ele não revela nomes. Alega que isso atrapalharia a investigação.

O delegado também decidiu manter em sigilo os próximos passos de seu trabalho. "Tenho que garantir a segurança da minha investigação", afirmou.

Segundo Oliveira, os suspeitos foram citados em depoimentos de testemunhas, que disseram ter ouvido conversas deles com advogados em que combinavam detalhes sobre o assassinato.

A Folha apurou que um dos suspeitos seria Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, apontado pela polícia como um dos chefes da facção criminosa CV (Comando Vermelho).

O ex-chefe da Polícia Civil Zaqueu Teixeira, que presidiu o inquérito na época do crime, disse que não chegou à autoria do crime porque não conseguiu ouvir nenhuma testemunha que tivesse presenciado o fato. Com isso, afirmou, não foi possível fazer o retrato falado dos assassinos.

Um advogado e um suposto matador da diretora chegaram a ser presos por possível envolvimento com o assassinato, mas foram soltos por falta de provas.

A polícia cogitou também que Sidneya teria sido morta por Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, que teve transferência para um presídio de segurança intermediária vetada por ela.

O pai de Sidneya, Carlos Jesus, disse que ainda não houve decisão judicial sobre a indenização que a família requereu ao Estado pela morte de sua filha. Ele afirmou que, apesar do crime, continua morando na Ilha do Governador e leva uma vida normal "Nunca recebi ameaças e jamais andei com seguranças", afirmou.

A família de Sidneya vetou a idéia da Secretaria Estadual de Direitos Humanos de dar seu nome à casa de custódia Bangu 5, inaugurada em 2002. Motivo da recusa: o crime ainda não ter sido esclarecido.

O irmão de Sidneya, Ednei Santos, disse que o fato de a polícia não ter encontrado testemunhas do crime não é desculpa para o atraso na apuração. "Acho que há falta de competência. Estamos indignados e queremos que o caso seja solucionado."
 

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