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23/03/2003
-
12h09
da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto
Mesmo sem a presença de seus principais líderes, o PCC é hoje o mais forte grupo do crime organizado da região de Ribeirão Preto. A facção segue atuando dentro e fora dos presídios, comandando tráfico, sequestros e assassinatos.
O maior reduto do PCC local é a penitenciária de Araraquara, com cerca de 80 membros. As ordens, porém, partem de poucos líderes, como Ivan Monteiro de Lima, escolhido para substituir Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe da facção, que foi em dezembro para Avaré.
A seleção seguiu o esquema do "bonde", espécie de treinamento. A rede de informações da organização descobriu a transferência do chefe com antecedência. A Folha apurou que Marcola escolheu e treinou Lima para a função.
Lima é a ponta de uma rígida hierarquia, seguida pelos "financiadores" da organização, que controlam o dinheiro, e os "cachorros", que executam as ações.
Jorge Bento de Camargo, diretor da penitenciária de Araraquara, disse que só a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária poderia fazer comentários.
Há suspeita de que líderes do PCC comandem ações criminosas recentes na cidade do presídio, como o sequestro da filha de um bancário, há duas semanas. Outra ação, mais ousada, foi abortada: a explosão de um shopping para desviar a atenção da polícia e resgatar presos. A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) local investiga se essas ações são facilitadas pela suposta corrupção de funcionários da penitenciária.
O possível suborno permite a cobrança de taxas de proteção de presos ameaçados, a venda de drogas nas celas e a prostituição no presídio. As mulheres se passam por namoradas de presos, diz o delegado Jesus Nazaré Romão. "Há suspeita de facilitação de funcionários. São pessoas mal pagas, que podem ser corrompidas."
Nas penitenciárias de Ribeirão Preto e Serra Azul, a presença mais discreta (cerca de 50 membros) não impede que a facção atue. Em Ribeirão, apreensões de drogas e celulares nas celas são comuns. Em Serra Azul, a facção dribla os bloqueadores de celular passando recados às visitas.
Para a polícia, o PCC perdeu o monopólio do crime na região. Quadrilhas bem organizadas, comandadas por grandes empresas, roubaram R$ 3 milhões em cargas nas rodovias da região em 2002.
Troca de líder não abala estrutura do PCC
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Mesmo sem a presença de seus principais líderes, o PCC é hoje o mais forte grupo do crime organizado da região de Ribeirão Preto. A facção segue atuando dentro e fora dos presídios, comandando tráfico, sequestros e assassinatos.
O maior reduto do PCC local é a penitenciária de Araraquara, com cerca de 80 membros. As ordens, porém, partem de poucos líderes, como Ivan Monteiro de Lima, escolhido para substituir Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe da facção, que foi em dezembro para Avaré.
A seleção seguiu o esquema do "bonde", espécie de treinamento. A rede de informações da organização descobriu a transferência do chefe com antecedência. A Folha apurou que Marcola escolheu e treinou Lima para a função.
Lima é a ponta de uma rígida hierarquia, seguida pelos "financiadores" da organização, que controlam o dinheiro, e os "cachorros", que executam as ações.
Jorge Bento de Camargo, diretor da penitenciária de Araraquara, disse que só a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária poderia fazer comentários.
Há suspeita de que líderes do PCC comandem ações criminosas recentes na cidade do presídio, como o sequestro da filha de um bancário, há duas semanas. Outra ação, mais ousada, foi abortada: a explosão de um shopping para desviar a atenção da polícia e resgatar presos. A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) local investiga se essas ações são facilitadas pela suposta corrupção de funcionários da penitenciária.
O possível suborno permite a cobrança de taxas de proteção de presos ameaçados, a venda de drogas nas celas e a prostituição no presídio. As mulheres se passam por namoradas de presos, diz o delegado Jesus Nazaré Romão. "Há suspeita de facilitação de funcionários. São pessoas mal pagas, que podem ser corrompidas."
Nas penitenciárias de Ribeirão Preto e Serra Azul, a presença mais discreta (cerca de 50 membros) não impede que a facção atue. Em Ribeirão, apreensões de drogas e celulares nas celas são comuns. Em Serra Azul, a facção dribla os bloqueadores de celular passando recados às visitas.
Para a polícia, o PCC perdeu o monopólio do crime na região. Quadrilhas bem organizadas, comandadas por grandes empresas, roubaram R$ 3 milhões em cargas nas rodovias da região em 2002.
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