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27/03/2003
-
07h51
da Folha de S.Paulo, em Brasília
ALESSANDRA KORMANN
da Agência Folha
Após recusa do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de federalizar o presídio de Presidente Bernardes e dificuldades de negociação com a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho (PSB), para fazer o mesmo com a penitenciária de segurança máxima Bangu 1, o governo federal vai assumir uma unidade no Piauí, Estado governado por Wellington Dias (PT).
Por sua vez, Dias disse ontem, por meio de sua assessoria, que aceita vigiar o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que deve deixar Presidente Bernardes até amanhã, se receber estrutura para isso.
"O governador afirma que o Estado tem como uma de suas atribuições prestar segurança ao povo. Se a nação precisa abrigar alguém que oferece perigo, isso é obrigação do Estado", disse o secretário da Comunicação do Piauí, Oscar de Barros.
A penitenciária de Teresina, que começou a ser construída em junho de 2000, está em fase final de acabamento e custou R$ 1,75 milhão. Os custos foram repartidos entre o Funpen (Fundo Penitenciário Nacional) e o governo do Estado, que pagou 10%.
A unidade tem capacidade para 236 presos e deve sofrer alterações para acomodar presos de alta periculosidade. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, não descarta aceitar a transferência de Beira-Mar para essa prisão, quando ela estiver pronta.
O ministro disse também, em audiência pública na Câmara dos Deputados, que, até o término das obras em Teresina, deve ocorrer o treinamento dos 200 agentes penitenciários federais contratados emergencialmente por um ano, prorrogável por igual período.
O governo federal havia anunciado a decisão de construir cinco penitenciárias federais de segurança máxima depois da onda de violência no Rio de Janeiro no período pré-carnavalesco.
No dia 27 de fevereiro, o traficante Beira-Mar foi transferido para a penitenciária de Presidente Bernardes. Na ocasião, o ministro da Justiça afirmou que seriam construídos os presídios federais de segurança máxima em diferentes regiões do país. De início, o governo federal queria controlar Bangu 1. A governadora Rosinha Matheus rejeitou a proposta.
Após tentativa de federalizar Presidente Bernardes, o ministério passou a negociar com outros governadores, que também apresentaram objeções. O piauiense Wellington Dias aceitou.
Para o secretário da Segurança Pública do Piauí, Airton Franco, tanto a federalização do presídio em Teresina quanto a transferência de Beira-Mar podem ser positivas para o Estado.
"Ganhamos com isso um reforço substancial para a própria segurança do traficante, como mais equipamentos de comunicação, helicópteros, viaturas. O Hildebrando Pascoal está preso no Acre e o coronel Correia Lima aqui [ambos ligados ao crime organizado], sem problemas. Não se deve fazer do Beira-Mar um mito nacional", disse.
Segundo o secretário, o Piauí aceita receber Beira-Mar desde que o governo federal forneça toda a estrutura de segurança necessária para abrigar o traficante.
Piauí vai ganhar presídio federal e se dispõe a receber Beira-Mar
IURI DANTASda Folha de S.Paulo, em Brasília
ALESSANDRA KORMANN
da Agência Folha
Após recusa do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de federalizar o presídio de Presidente Bernardes e dificuldades de negociação com a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho (PSB), para fazer o mesmo com a penitenciária de segurança máxima Bangu 1, o governo federal vai assumir uma unidade no Piauí, Estado governado por Wellington Dias (PT).
Por sua vez, Dias disse ontem, por meio de sua assessoria, que aceita vigiar o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que deve deixar Presidente Bernardes até amanhã, se receber estrutura para isso.
"O governador afirma que o Estado tem como uma de suas atribuições prestar segurança ao povo. Se a nação precisa abrigar alguém que oferece perigo, isso é obrigação do Estado", disse o secretário da Comunicação do Piauí, Oscar de Barros.
A penitenciária de Teresina, que começou a ser construída em junho de 2000, está em fase final de acabamento e custou R$ 1,75 milhão. Os custos foram repartidos entre o Funpen (Fundo Penitenciário Nacional) e o governo do Estado, que pagou 10%.
A unidade tem capacidade para 236 presos e deve sofrer alterações para acomodar presos de alta periculosidade. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, não descarta aceitar a transferência de Beira-Mar para essa prisão, quando ela estiver pronta.
O ministro disse também, em audiência pública na Câmara dos Deputados, que, até o término das obras em Teresina, deve ocorrer o treinamento dos 200 agentes penitenciários federais contratados emergencialmente por um ano, prorrogável por igual período.
O governo federal havia anunciado a decisão de construir cinco penitenciárias federais de segurança máxima depois da onda de violência no Rio de Janeiro no período pré-carnavalesco.
No dia 27 de fevereiro, o traficante Beira-Mar foi transferido para a penitenciária de Presidente Bernardes. Na ocasião, o ministro da Justiça afirmou que seriam construídos os presídios federais de segurança máxima em diferentes regiões do país. De início, o governo federal queria controlar Bangu 1. A governadora Rosinha Matheus rejeitou a proposta.
Após tentativa de federalizar Presidente Bernardes, o ministério passou a negociar com outros governadores, que também apresentaram objeções. O piauiense Wellington Dias aceitou.
Para o secretário da Segurança Pública do Piauí, Airton Franco, tanto a federalização do presídio em Teresina quanto a transferência de Beira-Mar podem ser positivas para o Estado.
"Ganhamos com isso um reforço substancial para a própria segurança do traficante, como mais equipamentos de comunicação, helicópteros, viaturas. O Hildebrando Pascoal está preso no Acre e o coronel Correia Lima aqui [ambos ligados ao crime organizado], sem problemas. Não se deve fazer do Beira-Mar um mito nacional", disse.
Segundo o secretário, o Piauí aceita receber Beira-Mar desde que o governo federal forneça toda a estrutura de segurança necessária para abrigar o traficante.
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