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13/04/2010 - 12h47

Padre é indiciado em Franca (SP) por suspeita de estupro e ato libidinoso

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JULIANNA GRANJEIA
colaboração para a Folha

Um padre de 74 anos da cidade de Franca (a 400 km de São Paulo) foi indiciado sob suspeita de estupro de vulnerável (menores) e ato libidinoso mediante fraude (sem violência). O indiciamento ocorreu após o depoimento de oito horas do padre, nesta segunda-feira (12), à DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). Ele nega as acusações.

O caso começou a ser investigado no início de março, quando a delegada da DDM de Franca, Graciela Ambrosio, recebeu uma denúncia do Conselho Tutelar. O padre foi indiciado por estupro de sete menores, entre 14 e 17 anos, e por ato libidinoso de dois rapazes, que hoje são maiores, mas teriam sido vítimas de abuso quando eram adolescentes.

"Os depoimentos de todas as vítimas foram coerentes, há indícios fortes do crime, mas isso não quer dizer que na Justiça não possa ter outro interpretação. Os meninos contam que o padre tentava dar beijo na boca, de língua, e pegar nos órgãos genitais, mas não chegou a ter relação", afirmou a delegada.

Ambrosio afirma que o padre fazia um trabalho particular, em sua casa, com os meninos vocacionados. "Em vez de ele mandar os jovens para o seminário, ele levava os meninos que acham que têm vocação para sua casa, onde teria acontecido o assédio, para fazer um acompanhamento dos estudos", diz a responsável pelas investigações.

Durante o inquérito, Ambrosio ouviu mais seis padres que foram citados nos depoimentos dos meninos. "Os garotos disseram que, no começo do ano, eles procuraram esses padres para contar o que estava acontecendo, mas eles não procuraram a polícia. Não estou enquadrando esses religiosos como cúmplices, mas menciono isso no inquérito e vou deixar a critério da Justiça", explica a delegada da DDM de Franca.

O padre foi afastado de suas funções religiosas até o final das investigações. De acordo com a delegada, o inquérito deve ser enviado para o Ministério Público na quarta-feira (14).

Outro lado

O advogado de defesa do padre, Eduardo Caleiro Palma, diz que ele é inocente e que as acusações podem ter sido armadas. "O padre poderia não ter respondido às perguntas, mas respondeu tudo e rechaçou uma a uma das acusações. Coerência em excesso parece coisa orquestrada", diz Palma.

Para ele, as acusações podem ter sido motivadas por pessoas que têm "problemas sérios com o padre". Palma não quis citar quais são esses problemas. "Os relatos são semelhantes, mas verificamos, por exemplo, que uma das pessoas disse ter estado em um determinado lugar em uma época, mas não estava", diz o advogado.

Palma também afirma que, caso o Ministério Público acate a denúncia, a defesa irá pedir acareação entre o padre e as vítimas.

 

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