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31/03/2003 - 04h36

Em cinco dias, três jovens são vítimas de bala perdida no Rio

TALITA FIGUEIREDO
da Folha de S.Paulo

O estudante de administração Vinícius de Souza Alves, 22, é a terceira vítima de bala perdida em confrontos entre policiais e assaltantes em cinco dias no Rio. Ele foi atingido por dois tiros no tórax por volta das 18h30 de anteontem na Tijuca (zona norte do Rio).

Alves está internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Municipal Souza Aguiar (centro), do qual seu pai, Paulo Roberto Marçal Alves, 53, é diretor desde o ano passado. O hospital é o maior em atendimentos de emergência na cidade.

No mesmo dia, Marco Antônio Pereira Soares, 16, morreu ao ser baleado na cabeça, no Jacaré (zona norte), em tiroteio entre policiais e assaltantes em um posto de gasolina no Jacaré (zona norte). Ele enchia o pneu de sua bicicleta quando foi baleado.

Na terça-feira, a estudante Gabriela Prado Ribeiro, 14, levou um tiro no peito quando descia as escadas de acesso a uma estação do metrô na Tijuca. Uma missa em homenagem a ela foi celebrada ontem na igreja São Francisco Xavier e reuniu cerca de 500 pessoas.

Estudante

A polícia informou que três homens tentaram assaltar Alves, que com a namorada e uma amiga em um Tempra. Os jovens já estariam entregando seus pertences (celulares, carteiras, relógio) aos ladrões, quando começou o tiroteio. À paisana, o inspetor Roberto Borel, que abastecia seu carro em um posto perto dali, reagiu a tiros ao ver o assalto.

Os criminosos tentaram fugir, mas bateram o carro em uma árvore. Gilberto da Silva Arantes, 23, foi ferido na perna e está internado no Hospital do Andaraí (zona norte). Leandro Luiz dos Santos, 22, morreu antes de chegar ao hospital. O terceiro, que estaria com um fuzil, conseguiu escapar.

Para a polícia, o tiro que acertou Alves teria partido de uma das armas dos assaltantes. No entanto, será feito exame de balística. Uma bala que acertou o tórax de Alves não pode ser removida. Seu baço precisou ser retirado.

Muito emocionado, o diretor do hospital disse sentir-se "fragilizado" ao ver o filho ser mais uma vítima da violência do Rio. Ele condenou o uso de drogas, que financiam o crime organizado, e disse que a população precisa ser "porta-voz do desarmamento".

"Como os outros pais, e muitos outros que poderão surgir, eu me sinto fragilizado. Impotente."

Marçal Alves é diretor do Hospital Souza Aguiar. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade, no ano passado foram atendidos 780 casos, dos quais 105 com vítimas fatais.
 

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