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01/04/2003
-
21h38
da Folha de S.Paulo, no Rio
A Polícia Militar foi alertada, na tarde desta segunda-feira, para a possibilidade de a estação de trens do Corcovado, no Cosme Velho (zona sul do Rio), ser alvo de supostos traficantes de drogas. No fim da noite, a estação foi alvejada por disparos de fuzis e pistolas, que atingiram também a portaria e as janelas de cinco apartamentos de um edifício vizinho.
Um fax anônimo chegou ao diretor da empresa Trem do Corcovado, Sávio Neves Filho, com ameaças à estação e ao Pão de Açúcar, outro importante ponto turístico do Rio, que não foi alvejado. Ele avisou o Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), que reforçou a segurança no local até a volta do último trem, às 20h.
O fax, segundo Neves Filho, avisava que seriam feitos atentados contra o Corcovado e o Pão de Açúcar "em represália à prisão do Sombra [o traficante Jorge Alexandre Cândido Maria, preso na sexta-feira]".
O ataque aconteceu às 22h45, quando a estação de trens já estava fechada. Segundo a 9ª DP (Catete), onde o caso foi registrado, homens em dois carros e uma moto fizeram cerca de 30 disparos e fugiram para a favela Cerro Corá, no Cosme Velho, ou para o morro dos Prazeres, em Santa Teresa (zona central).
Os criminosos acertaram ainda uma cabine da PM e um edifício localizados numa praça ao lado da estação. Um carro estacionado e outro que passava pelo local foram baleados. Ninguém foi atingido.
Segundo testemunhas, um terceiro carro teria sido atingido e pertenceria a um fuzileiro americano que trabalha na segurança do Consulado dos Estados Unidos no Rio. A representação, no entanto, disse que não poderia confirmar a informação.
"Não foi a primeira ameaça que recebemos. Por isso, não levamos muito a sério. De qualquer forma, pedimos ao BPTur e o número de policiais que vigiam o Corcovado, da estação ao monumento do Cristo Redentor, foi aumentado de 11 para 16", disse Neves Filho.
Ele ainda comemorava os números do dia anterior, quando a estação fechou o mês de março com o maior movimento de todos os 119 anos do bondinho, com 52 mil turistas _mais de 60% deles estrangeiros. "Infelizmente logo vamos sentir o impacto desse atentado", disse.
O movimento para subir ao Corcovado na manhã desta terça-feira foi normal. Para não assustar os turistas, uma réplica do bondinho que fica na entrada da estação e foi danificada pelos disparos foi logo consertada.
No edifício onde cinco apartamentos foram atingidos, os moradores continuavam assustados. "Esta nossa guerra é pior que a guerra no Iraque. Lá, pelo menos, eles sabem quem é o inimigo. Me sinto impotente diante de tanta violência", disse a dona-de-casa Ruth Arakaki, 52, mostrando o buraco de um dos disparos em sua janela, no quarto andar.
A empresa que cuida do bondinho do Pão de Açúcar, na Praia Vermelha (zona sul), disse que não recebeu nenhuma ameaça. De qualquer forma, pediu reforços no policiamento da área.
Especial
Veja mais sobre o tráfico no Rio
Fax anônimo alertava para ataque ao Corcovado, diz empresa
RICARDO WESTINda Folha de S.Paulo, no Rio
A Polícia Militar foi alertada, na tarde desta segunda-feira, para a possibilidade de a estação de trens do Corcovado, no Cosme Velho (zona sul do Rio), ser alvo de supostos traficantes de drogas. No fim da noite, a estação foi alvejada por disparos de fuzis e pistolas, que atingiram também a portaria e as janelas de cinco apartamentos de um edifício vizinho.
Um fax anônimo chegou ao diretor da empresa Trem do Corcovado, Sávio Neves Filho, com ameaças à estação e ao Pão de Açúcar, outro importante ponto turístico do Rio, que não foi alvejado. Ele avisou o Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), que reforçou a segurança no local até a volta do último trem, às 20h.
O fax, segundo Neves Filho, avisava que seriam feitos atentados contra o Corcovado e o Pão de Açúcar "em represália à prisão do Sombra [o traficante Jorge Alexandre Cândido Maria, preso na sexta-feira]".
O ataque aconteceu às 22h45, quando a estação de trens já estava fechada. Segundo a 9ª DP (Catete), onde o caso foi registrado, homens em dois carros e uma moto fizeram cerca de 30 disparos e fugiram para a favela Cerro Corá, no Cosme Velho, ou para o morro dos Prazeres, em Santa Teresa (zona central).
Os criminosos acertaram ainda uma cabine da PM e um edifício localizados numa praça ao lado da estação. Um carro estacionado e outro que passava pelo local foram baleados. Ninguém foi atingido.
Segundo testemunhas, um terceiro carro teria sido atingido e pertenceria a um fuzileiro americano que trabalha na segurança do Consulado dos Estados Unidos no Rio. A representação, no entanto, disse que não poderia confirmar a informação.
"Não foi a primeira ameaça que recebemos. Por isso, não levamos muito a sério. De qualquer forma, pedimos ao BPTur e o número de policiais que vigiam o Corcovado, da estação ao monumento do Cristo Redentor, foi aumentado de 11 para 16", disse Neves Filho.
Ele ainda comemorava os números do dia anterior, quando a estação fechou o mês de março com o maior movimento de todos os 119 anos do bondinho, com 52 mil turistas _mais de 60% deles estrangeiros. "Infelizmente logo vamos sentir o impacto desse atentado", disse.
O movimento para subir ao Corcovado na manhã desta terça-feira foi normal. Para não assustar os turistas, uma réplica do bondinho que fica na entrada da estação e foi danificada pelos disparos foi logo consertada.
No edifício onde cinco apartamentos foram atingidos, os moradores continuavam assustados. "Esta nossa guerra é pior que a guerra no Iraque. Lá, pelo menos, eles sabem quem é o inimigo. Me sinto impotente diante de tanta violência", disse a dona-de-casa Ruth Arakaki, 52, mostrando o buraco de um dos disparos em sua janela, no quarto andar.
A empresa que cuida do bondinho do Pão de Açúcar, na Praia Vermelha (zona sul), disse que não recebeu nenhuma ameaça. De qualquer forma, pediu reforços no policiamento da área.
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