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11/08/2000 - 09h34

Menor da Febem é esfaqueado e queimado por internos em rebelião

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LARISSA SQUEFF
da Folha Online

Um menor, ainda não identificado, foi esfaqueado por um grupo de adolescentes e depois queimado durante uma rebelião na Febem (Fundação do Bem Estar do Menor) de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo, entre a noite de quinta-feira (10) e a madrugada desta sexta (11).

De acordo com assessoria de imprensa da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, a rebelião teria acontecido justamente devido à uma desavença entre o menor morto e o grupo que o matou. O adolescente que foi queimado estaria jurado de morte pelo grupo, que o conheceria da rua.

Como a identidade do adolescente morto ainda não foi descoberta, já que o corpo está carbonizado, ainda não se sabe se ele havia recém chegado à Franco da Rocha.

A rebelião começou por volta das 23h e terminou às 4h30. Segundo informações da Febem, a morte do jovem aconteceu nos primeiros cinco minutos da rebelião. Em seguida, cerca de 200 internos aproveitaram a confusão para dar continuidade à rebelião, queimando colchões e destruindo grande parte da unidade.

Há 410 internos na Febem de Franco da Rocha.

A tropa de choque da Polícia Militar foi chamada para conter a rebelião, mas não chegou a invadir a unidade.

Segundo informações extra-oficiais, outros 14 adolescentes ficaram feridos durante o tumulto e um teria sido jogado do telhado. Eles foram levados para o pronto-socorro de Franco da Rocha.

O corpo do interno morto ainda está na Febem de Franco da Rocha, aguardando a chegada do carro do IML (Instituto Médico Legal).

Segunda Rebelião

Este é o segundo motim em menos de 24 horas. Na quarta-feira, por volta das 23h30, cerca de 30 menores da mesma UE-31 rebelaram-se e destruíram parcialmente um alojamento.

A primeira parte do complexo de Franco da Rocha foi inaugurado em abril deste ano.

O padrão arquitetônico de presídio e grande concentração de vagas (960, no total) fazem das duas novas unidades mais um modelo de unidade educacional que contraria o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que recomenda locais menores, com capacidade para no máximo 80 internos.

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