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12/04/2003 - 04h00

Presidente do Legislativo de MT escapa de notificação com viagem

da Agência Folha, em Campo Grande

O deputado José Geraldo Riva (sem partido), presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, faltou às últimas quatro sessões legislativas e se refugiou no interior do Estado para não ser notificado pela Justiça sobre a decisão que o afasta do cargo e torna seus bens indisponíveis.

O juiz João Ferreira Filho determinou o afastamento de Riva no último dia 4. Na quarta-feira passada, o Tribunal de Justiça manteve a decisão. O Ministério Público Estadual moveu a ação judicial contra o deputado e ainda pediu o ressarcimento de cerca de R$ 1 milhão à Assembléia Legislativa.

A quantia corresponde ao valor de 14 cheques descontados no dia 6 de dezembro em uma agência do Banco do Brasil. Das 12 empresas supostamente beneficiárias dos cheques, 11 são fantasmas, segundo o Ministério Público.

Cópias dos cheques foram encontradas em uma factoring (que compra cheques de lojistas), em Brasília. A empresa teria ligações, segundo o Ministério Público, com o crime organizado.

O juiz federal em Cuiabá Julier Sebastião da Silva disse que vai intimar Riva a depor como testemunha de acusação no processo movido contra o "comendador" João Arcanjo Ribeiro, 51, acusado de ser o chefe do crime organizado em Mato Grosso.

"Sob pena de crime de falso testemunho, Riva vai ter que explicar as operações entre a Assembléia Legislativa e as empresas [factoring" de Arcanjo", afirmou Silva.

Na factoring de Arcanjo foram apreendidas em dezembro notas promissórias emitidas pela Assembléia Legislativa no valor de R$ 15,4 milhões assinadas por Riva, quando ele era primeiro-secretário da Casa em 2002, informou o juiz.

De acordo com a assessoria da Assembléia Legislativa de MT, Riva está em "um município do interior do Estado" aguardando o julgamento de recurso contra a decisão que o afastou do cargo.

Outro lado

A Agência Folha telefonou ontem para quatro advogados que atuam ou atuavam na defesa do "comendador" João Arcanjo Ribeiro, preso anteontem no Uruguai, mas não conseguiu obter informações sobre a defesa e alegações de Arcanjo.

Em entrevista anterior, o advogado Henrique Augusto Vieira afirmou que Arcanjo iria provar a origem do dinheiro e de seu patrimônio. O advogado também desqualificou as testemunhas de acusação contra o seu cliente, principalmente as que apontam o "comendador" como mandante de assassinato em Cuiabá.

Ontem à tarde, Vieira disse que estava em audiência e não podia atender. À noite, estava com o celular desligado.
 

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