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11/08/2000 - 16h43

CPTM pediu para passageiros ficarem na plataforma, dizem vítimas

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MILENA BUOSI
da Folha Online

O presidente da ADV (Associação de Defesa das Vítimas) do choque dos trens de Perus, Vicente Pereira da Silva, 46, e a diretora fiscal da associação, Eliete Souza dos Santos, 30, disseram que minutos antes do acidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), foram orientados para que não saíssem da plataforma.

"Entrei no trem e falaram para a gente sair e ficar na plataforma. Sentei em um banco e três minutos depois ouvi a explosão", disse Eliete.

O choque de trens em Perus, no dia 28 de julho, matou nove pessoas e feriu outras 104 pessoas.

No dia do acidente Silva, que é marceneiro, afirmou que um guarda também orientou-o para aguardar na estação Perus. "Entrei no último vagão e as portas fecharam. Com a queda de energia, a porta voltou a abrir e um guarda falou para descer e esperar."

O marceneiro disse que viu o trem 127 se aproximar da composição estacionada na estação de Perus e tentou correr em direção à saída, mas foi atingido pelos escombros do choque.

"Vi uma explosão e o fogo subir. Com a pressão, fui jogado para cima do telhado da plataforma com mais oito pessoas", afirmou.

Segundo o marceneiro, algumas pessoas colocaram uma escada para que as vítimas descessem do telhado. Na hora, ele caiu e quebrou a perna. "Uma pessoa colocou uma maca do meu lado e disse:'esse aqui já era´. Fui socorrido quase meia hora depois do acidente."

Silva afirmou que viu cerca de 15 pessoas caídas no chão e pensou que elas estivessem mortas.

O marceneiro, que foi levado ao Hospital do Mandaqui, operou a orelha, teve ferimentos na cabeça e fraturou o pé esquerdo. Casado e com três filhos para sustentar, ele recebeu da CPTM apenas uma cesta básica.

Eliete é mãe de quatro crianças e seu marido está desempregado. "Vivia com um boteco, mas não posso trabalhar e não sei o que vou fazer", disse. Ela recebeu da CPTM uma cesta básica, R$25 para remédios e transporte para ser levado do hospital para casa.

A comerciante operou o pé esquerdo e está andando com o auxílio de muletas. "Uma assistente social me visitou no Hospital Tatuapé e disse que iam me pagar um hospital particular. Fiquei lá e ainda esperei 11 dias para operar."

A CPTM até o momento não se pronunciou.

Clique aqui para ler mais notícias sobre o acidente em Perus na Folha Online.

Leia o artigo de Eleonora de Lucenasobre o assunto na Pensata

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