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14/04/2003 - 04h06

Policiais não trocam informações

da Folha de S.Paulo

A força-tarefa montada para investigar a morte do juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antonio José Machado Dias, "bateu cabeça" no caminho para chegar ao mandante do crime.

Enquanto o DHPP seguia as pistas do carro abandonado pelos assassinos na noite do crime, o Deic, o próprio departamento de homicídios, a Polícia Militar e policiais civis de Presidente Prudente procuravam, de forma desordenada, provas contra presos do PCC.

Logo na primeira semana de investigação, a Polícia Militar "desapareceu" por uma tarde com o instalador de telefones Cristian Ângelo para interrogá-lo em uma investigação paralela.

Acontece que ele estava sendo ouvido e monitorado pelo DHPP e Deic, que desconfiavam da versão dele sobre o roubo do Uno usado na emboscada.
Por determinação da Delegacia Geral, o DHPP ficou de investigar os executores do plano, enquanto o Deic buscava os mandantes,
conjuntamente. Na prática, policiais ouvidos pela Folha disseram que não houve troca de informações até o vazamento do conflito interno para a imprensa.

Sem aviso

Em 26 de março, por exemplo, a polícia de Presidente Prudente, que atuava com o DHPP, tirou o preso André Batista da Silva, o Andrezão, da Penitenciária do Estado, em São Paulo, mas sem avisar o Deic. Resultado: acabaram com uma escuta telefônica, pois o preso, integrante do PCC, vinha mantendo contatos por celular com pessoas que estariam próximas do mandante.

Menos de uma semana depois, a polícia de Presidente Prudente prendeu JMAA, mulher do preso Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, integrante da cúpula do PCC. Sem provas contra ela, a Justiça mandou soltá-la.

O problema é que a prisão, segundo apurou a Folha, alertou outras pessoas que o Deic vinha monitorando e se preparava para prendê-las. Seriam mensageiros e articuladores do PCC. Um advogado da facção que seria detido está desaparecido desde então.

Por fim, policiais de Presidente Prudente e do DHPP prenderam Aurinete Félix da Silva, a Netinha, no início deste mês, em Aracaju (SE). Ela estava sendo procurada desde o final do ano passado, acusada de envolvimento na morte da advogada Ana Maria Olivatto Herbas Camacho, mulher de Marcola. Silva, casada com César Augusto Roris da Silva, ex-líder do PCC, estava jurada de morte pela facção criminosa.

O Deic, porém, responsável pelo inquérito em que Netinha é procurada, só ficou sabendo da prisão depois de ela ocorrer.

Desarmonia

Nas últimas entrevistas que deram sobre o caso, os diretores do DHPP e Deic, Domingos Paulo Neto e Godofredo Bittencourt, afirmaram que os departamentos trabalham de forma "harmoniosa". Ambos negaram a existência de conflitos entre os setores.
 

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