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11/08/2000
-
18h23
CHICO DE GOIS
da Folha de S.Paulo
A rebelião que provocou a morte de um adolescente na noite de ontem na unidade Franco da Rocha da Febem é o prolongamento de uma troca de acusações que acontece fora dos muros da entidade.
A discussão envolve os funcionários da unidade e familiares de internos.
Hoje, depois que os ânimos haviam se acalmado à força, mães diziam que a rebelião só havia acontecido porque os monitores costumam espancar "os meninos".
Numa outra roda de conversa, eram os agentes de segurança que reclamavam. De acordo com um deles, que não quis se identificar, na visita de sábado as mães teriam incentivado os adolescentes a fazer uma rebelião para fugir.
Elas negam. Segundo a irmã de um dos internos, durante a visita "os meninos" não demonstraram sinais de que iriam se rebelar, apesar de, novamente, terem reclamado de maus-tratos.
No entanto, naquele mesmo dia houve um princípio de motim, controlado pelos próprios funcionários. O secretário da Assistência e Desenvolvimento Social, Edsom Ortega, esteve no local, mas negou que tenha havido revolta.
O secretário admitiu, porém, que "há rebeliões que a imprensa nem fica sabendo". Ortega afirmou que os adolescentes reclamaram da rigidez das normas internas. "Vamos escrever as normas para que saibam quais são."
Para Ortega, "os meninos ficam o tempo todo provocando os funcionários". A mesma declaração foi feita por um monitor que ficou como refém dos adolescentes.
As mães que foram para a porta da unidade para ter notícias de seus filhos só conseguiam aumentar sua ansiedade pela falta de informação. Quando a tropa de choque chegou ao local, uma das mães entrou em desespero, num choro convulsivo, sentada no meio-fio e encostada no muro que separa a liberdade da prisão. "Tomara que chore lágrimas de sangue", disse um funcionário para um colega.
O desdém pela dor alheia também era demonstrado pelos familiares dos adolescentes. Um monitor chamado Valmor, que ficou refém dos rebelados e apresentava hematomas no rosto e nas pernas, foi criticado pelas mães. "Este é um dos que batem nos meninos", acusavam.
Leia mais sobre a crise na Febem de SP na Folha Online
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Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
Mães e funcionários trocam acusações sobre maus-tratos na Febem
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A rebelião que provocou a morte de um adolescente na noite de ontem na unidade Franco da Rocha da Febem é o prolongamento de uma troca de acusações que acontece fora dos muros da entidade.
A discussão envolve os funcionários da unidade e familiares de internos.
Hoje, depois que os ânimos haviam se acalmado à força, mães diziam que a rebelião só havia acontecido porque os monitores costumam espancar "os meninos".
Numa outra roda de conversa, eram os agentes de segurança que reclamavam. De acordo com um deles, que não quis se identificar, na visita de sábado as mães teriam incentivado os adolescentes a fazer uma rebelião para fugir.
Elas negam. Segundo a irmã de um dos internos, durante a visita "os meninos" não demonstraram sinais de que iriam se rebelar, apesar de, novamente, terem reclamado de maus-tratos.
No entanto, naquele mesmo dia houve um princípio de motim, controlado pelos próprios funcionários. O secretário da Assistência e Desenvolvimento Social, Edsom Ortega, esteve no local, mas negou que tenha havido revolta.
O secretário admitiu, porém, que "há rebeliões que a imprensa nem fica sabendo". Ortega afirmou que os adolescentes reclamaram da rigidez das normas internas. "Vamos escrever as normas para que saibam quais são."
Para Ortega, "os meninos ficam o tempo todo provocando os funcionários". A mesma declaração foi feita por um monitor que ficou como refém dos adolescentes.
As mães que foram para a porta da unidade para ter notícias de seus filhos só conseguiam aumentar sua ansiedade pela falta de informação. Quando a tropa de choque chegou ao local, uma das mães entrou em desespero, num choro convulsivo, sentada no meio-fio e encostada no muro que separa a liberdade da prisão. "Tomara que chore lágrimas de sangue", disse um funcionário para um colega.
O desdém pela dor alheia também era demonstrado pelos familiares dos adolescentes. Um monitor chamado Valmor, que ficou refém dos rebelados e apresentava hematomas no rosto e nas pernas, foi criticado pelas mães. "Este é um dos que batem nos meninos", acusavam.
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