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15/04/2003
-
20h01
da Agência Folha, em Porto Alegre
O governo brasileiro emitiu hoje ao Uruguai o primeiro documento _um pedido de prisão preventiva_ para a extradição do "comendador" João Arcanjo Ribeiro, 51, preso no Cárcere Central de Montevidéu desde a última quinta-feira.
O Ministério da Justiça comunicou aos uruguaios que nos próximos dias, por meio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, enviará ao país vizinho a documentação necessária para que se inicie o trâmite da extradição.
O Ministério do Interior uruguaio já considera o pedido de extradição. A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça brasileiro explicou que o pedido de prisão é apenas um dos passos necessários para a extradição.
O pedido formal de extradição depende ainda de documentos que estão sendo colhidos na Justiça de Mato Grosso, além de sua tradução para o espanhol.
O Ministério do Interior uruguaio determinou hoje reforço no policiamento para vigiar a prisão onde está Arcanjo Ribeiro, suspeito também de integrar a maior quadrilha de lavagem de dinheiro que já operou no Uruguai.
Segundo o governo uruguaio, para se iniciar o processo de extradição, é necessário que Arcanjo cumpra, no país, a pena por falsificação de documento (cerca de seis meses). A Agência Folha apurou que os uruguaios pretendem manter Arcanjo em sua prisão até pelo menos o final deste ano.
Arcanjo permanece no Uruguai em razão da presença, no país, de um testa-de-ferro local, um operador financeiro de iniciais A.O.O.S, 50, investigado pela DNII (Direção Nacional de Informação e Inteligência).
Para reforçar o policiamento, foram destacados os corpos especializados da Guarda Republicana. "A presença de uma das pessoas mais procuradas do Brasil é preocupante", afirmou, em entrevista ontem à tarde, o ministro do Interior uruguaio, Guillermo Stirling.
O Cárcere Central tem 102 presos, mas capacidade para apenas 80. Alguns dos detentos são de alta periculosidade. Arcanjo está em cela isolada. Por motivo de segurança, os uruguaios evitam revelar o setor da prisão onde está Arcanjo.
Acusações
Arcanjo estava foragido desde dezembro. Ele é apontado como chefe de uma organização criminosa do Mato Grosso, com ramificações no Paraná, São Paulo, Minas e Rio, além de ser acusado de contrabando, formação de quadrilha, corrupção e sonegação fiscal. Teria envolvimento também em homicídios praticados por integrantes da quadrilha e seria suspeito de lavar dinheiro do tráfico de drogas.
O acusado estava na lista da Interpol e era procurador em 180 países. Além dele, a Polícia Nacional do Uruguai também prendeu sua mulher, Sílvia Chirata _sob acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro_, e um segurança de Arcanjo.
O "comendador" e sua mulher são donos das offshores (empresas com sede virtual em paraíso fiscal) Lyman e Aveyron S.A. situadas em território uruguaio.
As duas recebiam, segundo a Polícia Federal, dinheiro de "atividades ilícitas" e garantiam com esses valores os empréstimos feitos por bancos no Uruguai às empresas de Arcanjo em Cuiabá.
Operações financeiras suspeitas no Uruguai, investigadas até agora, envolveram US$ 30 milhões.
A quantia teria sido usada na construção de um shopping em Rondonópolis (218 km ao sul de Cuiabá), na compra de um avião Cessna Citation X e de outros bens.
Arcanjo também possui negócios nos Estados Unidos. Em Orlando, na Flórida, é dono de 55% de um hotel avaliado em US$ 40 milhões. Há um mês, Arcanjo estava proibido de entrar nos EUA.
Governo brasileiro pede ao Uruguai extradição de Arcanjo
LÉO GERCHMANNda Agência Folha, em Porto Alegre
O governo brasileiro emitiu hoje ao Uruguai o primeiro documento _um pedido de prisão preventiva_ para a extradição do "comendador" João Arcanjo Ribeiro, 51, preso no Cárcere Central de Montevidéu desde a última quinta-feira.
O Ministério da Justiça comunicou aos uruguaios que nos próximos dias, por meio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, enviará ao país vizinho a documentação necessária para que se inicie o trâmite da extradição.
O Ministério do Interior uruguaio já considera o pedido de extradição. A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça brasileiro explicou que o pedido de prisão é apenas um dos passos necessários para a extradição.
O pedido formal de extradição depende ainda de documentos que estão sendo colhidos na Justiça de Mato Grosso, além de sua tradução para o espanhol.
O Ministério do Interior uruguaio determinou hoje reforço no policiamento para vigiar a prisão onde está Arcanjo Ribeiro, suspeito também de integrar a maior quadrilha de lavagem de dinheiro que já operou no Uruguai.
Segundo o governo uruguaio, para se iniciar o processo de extradição, é necessário que Arcanjo cumpra, no país, a pena por falsificação de documento (cerca de seis meses). A Agência Folha apurou que os uruguaios pretendem manter Arcanjo em sua prisão até pelo menos o final deste ano.
Arcanjo permanece no Uruguai em razão da presença, no país, de um testa-de-ferro local, um operador financeiro de iniciais A.O.O.S, 50, investigado pela DNII (Direção Nacional de Informação e Inteligência).
Para reforçar o policiamento, foram destacados os corpos especializados da Guarda Republicana. "A presença de uma das pessoas mais procuradas do Brasil é preocupante", afirmou, em entrevista ontem à tarde, o ministro do Interior uruguaio, Guillermo Stirling.
O Cárcere Central tem 102 presos, mas capacidade para apenas 80. Alguns dos detentos são de alta periculosidade. Arcanjo está em cela isolada. Por motivo de segurança, os uruguaios evitam revelar o setor da prisão onde está Arcanjo.
Acusações
Arcanjo estava foragido desde dezembro. Ele é apontado como chefe de uma organização criminosa do Mato Grosso, com ramificações no Paraná, São Paulo, Minas e Rio, além de ser acusado de contrabando, formação de quadrilha, corrupção e sonegação fiscal. Teria envolvimento também em homicídios praticados por integrantes da quadrilha e seria suspeito de lavar dinheiro do tráfico de drogas.
O acusado estava na lista da Interpol e era procurador em 180 países. Além dele, a Polícia Nacional do Uruguai também prendeu sua mulher, Sílvia Chirata _sob acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro_, e um segurança de Arcanjo.
O "comendador" e sua mulher são donos das offshores (empresas com sede virtual em paraíso fiscal) Lyman e Aveyron S.A. situadas em território uruguaio.
As duas recebiam, segundo a Polícia Federal, dinheiro de "atividades ilícitas" e garantiam com esses valores os empréstimos feitos por bancos no Uruguai às empresas de Arcanjo em Cuiabá.
Operações financeiras suspeitas no Uruguai, investigadas até agora, envolveram US$ 30 milhões.
A quantia teria sido usada na construção de um shopping em Rondonópolis (218 km ao sul de Cuiabá), na compra de um avião Cessna Citation X e de outros bens.
Arcanjo também possui negócios nos Estados Unidos. Em Orlando, na Flórida, é dono de 55% de um hotel avaliado em US$ 40 milhões. Há um mês, Arcanjo estava proibido de entrar nos EUA.
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