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16/04/2003 - 14h42

Suspeito de ligação com assassinato de juiz de SP é preso

da Folha Online

Um suspeito de ligação com o assassinato do juiz-corregedor de Presidente Prudente (SP), Antonio José Machado Dias, 47, foi preso ontem à noite na zona leste de São Paulo. José Ferreira de Souza, 38, conhecido como Zé das Trevas, é apontado como um dos "generais" do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Segundo informações do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), órgão responsável pela prisão, os telefones do acusados eram monitorados havia um mês.

Para o delegado Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc, é prematuro afirmar que Zé das Trevas está envolvido no crime. "Como integrante da elite do PCC, ele sabe quem matou, mas não temos nada de positivo quanto à participação desse preso no crime", afirmou.

Liberado do presídio de Presidente Prudente (565 km a oeste de São Paulo) com alvará de soltura assinado pelo juiz-corregedor morto, ele chegou a ameaçar Dias de morte, afirmando atraso de 20 dias na liberação do documento, de acordo com a Polícia Civil.

O acusado teria poder para filiação e batismo de novos membros da facção criminosa. Ele esteve preso por três anos e seis meses no presídio de segurança máxima de Presidente Prudente, tem passagens por tráfico de drogas, em 1999, na cidade de Santos, por homicídio e por assaltos.

Com o acusado, policiais do Setor de Operações Especiais e da 5ª Dise (Delegacia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Denarc), apreenderam novos estatutos do PCC, documentos e armas.

A mulher do acusado, Maria das Dores Gomes de Oliveira, 34 anos, a Dora, também foi detida. Ela é apontada como integrante da ala feminina do PCC.

Gravações

As investigações começaram após suspeita de envolvimento de Zé das Trevas no assassinato do juiz, ocorrido no dia 14 de março. Durante o monitoramento das gravações, porém, policiais da Diap (Divisão de Inteligência e Apoio Policial) descobriram que ele fornecia fuzis e metralhadoras para quadrilhas de assaltantes do Nordeste.

Os investigadores descobriram ainda que o armamento era enviado em caixas de brinquedo.

A mulher de Zé das Trevas era responsável também pelo tráfico de drogas nos presídios, segundo a polícia, levando entorpecentes em ônibus de visita de presos. Ela ficou quatro anos presa sob acusação de tráfico. Dois irmãos da acusada são presidiários em Presidente Prudente.

"A investigação começou por causa da suspeita de que ele fosse o mandante do assassinato e pelo histórico de tráfico de drogas", disse o diretor do Denarc.

Armas

O casal foi preso ontem à noite na rua Nossa Senhora das Candeias, Jardim Santa Terezinha, região de Itaquera, na zona leste da capital.

Com eles, além dos estatutos do PCC, a polícia apreendeu uma espingarda calibre 12, uma metralhadora 9mm, uma pistola calibre 380, munição e aparelho celular.

O casal foi autuado em flagrante pelo delegado Fábio Guimarães, da 5ª Dise, por porte ilegal de arma.

Assassinato de juiz

O juiz Antonio José Machado Dias foi assassinado a tiros pouco depois de deixar o fórum de Presidente Prudente.

A Polícia Civil afirma ter esclarecido a autoria do crime, mas ainda desconhece as causas do assassinato. Três acusados de envolvimento direto na morte do juiz permanecem foragidos.

Pelo que se descobriu até agora, o plano para matar o magistrado foi preparado nos mínimos detalhes, financiado e executado por traficantes da capital que podem ter ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Dias era responsável por conceder ou negar benefícios para presos da região. Entre eles, integrantes do PCC e o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que, na época, estava preso em Presidente Bernardes.

Dez dias depois do assassinato do juiz-corregedor, o juiz da Vara de Execução Penal Alexandre Martins de Castro Filho foi assassinado a tiros em Vila Velha, no Espírito Santo.


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