Brasileira presa por tráfico na África do Sul aguarda deportação

O que era para ser um dia de alegria se transformou em pesadelo para a cozinheira Maria Aparecida da Silva, 49. Ela acordou às 5h50 de anteontem para esperar pela chegada da filha Fabiana Barbosa, presa por tráfico de drogas há quatro anos e meio na África do Sul.

"Tinha muita esperança que ela fosse aparecer. Seria meu melhor presente de Dia das Mães, mas nem um telefonema recebi. Passei o resto do dia na cama". Sem notícias desde o dia 27 de maio, Maria Aparecida teme pela integridade física da filha.

"No último telefonema ela disse que estava num lugar horrível e que queria sair o mais rápido possível de lá. Com ela havia outros brasileiros que estavam há meses esperando pela deportação e ninguém fazia nada."

Fabiana foi presa em 2005 no Aeroporto Internacional de Johannesburgo. Agenciada em Franca por nigerianos, ela atuaria como "mula", fazendo o transporte de cápsulas de cocaína no estômago. A francana ganharia R$ 12 mil pelo transporte.

A Folha entrou em contato com a Embaixada do Brasil em Pretória, capital administrativa da África, e, segundo a assistência consular, a francana está no centro de repatriação de Lindela.

Não há prazo para que Fabiana seja deportada, pois o trâmite legal do processo pode demorar de um a três meses. Ainda segundo a embaixada, apesar de já ter cumprido sua sentença, a francana é considerada uma prisioneira do país e não tem autorização para sair do centro.

A assessoria do Itamaraty afirmou que na última sexta-feira encaminhou um telegrama para a embaixada, solicitando informações sobre as condições de Fabiana. O Itamaraty também quer saber quando a francana será deportada para o Brasil. Até a noite de ontem o telegrama não havia sido respondido pelas autoridades sul-africanas.