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02/05/2003 - 04h12

Ecovias quer restringir circulação de motos no sistema Anchieta-Imigrantes

SIMONE IWASSO
da Folha de S.Paulo

A Ecovias, concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes, vai pressionar os órgãos reguladores do trânsito para proibir a circulação de motos abaixo de 250 cc -que representam cerca de 60% do mercado- em suas vias.

A proposta faz parte de um projeto de normatização do tráfego de motos em rodovias, que vai ser enviado pela concessionária à Artesp (agência estadual que regula as concessões) e ao Contran (Conselho Nacional de Trânsito).

A concessionária alega que, nos últimos meses, aumentou o número de acidentes envolvendo esses veículos. E as causas estariam na imprudência dos motoristas e na baixa velocidade alcançada pelas motos de baixa cilindrada.

"Estamos registrando muitas mortes nas rodovias. Nosso trabalho é levar esses dados para os órgãos competentes revisarem as normas", afirma Hamilton Amadeo, diretor de operações.

Só em 2002, a Ecovias registrou 551 acidentes com motos, deixando 477 feridos e 17 mortos. Os carros participaram de 5.089 acidentes, com 35 mortos.

Nos dois primeiros meses do ano, mais de cem pessoas ficaram feridas em cerca de cem acidentes com motos no sistema Anchieta-Imigrantes. Diariamente, trafegam nas duas rodovias cerca de 2.000 motos e aproximadamente 40 mil veículos utilitários -inclui carros de passeio, ônibus e vans.

Na média, apenas nos dois primeiros meses do ano, houve uma pessoa morta a cada 4.000 motos que passaram pelo sistema. No caso dos carros, a proporção é de uma morte para 16 mil carros.

"Se você comparar o número de motos que circulam diariamente com o de acidentes, é um número muito alto", completa Amadeo.

Para proibir a circulação dessas motos, seria necessário modificar a atual legislação de trânsito.

Para a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Bicicletas), a idéia da Ecovias é discriminatória e simplista.

"Cerca de 70% das pessoas que compram uma moto o fazem porque não têm dinheiro para comprar um carro", afirma Franklin Mello Neto, gerente-executivo da Abraciclo. Para ele, uma campanha para conscientizar os motoqueiros seria mais eficaz. "A entidade está disposta a colaborar [na campanha]. O que não pode é pensar em proibir a circulação."

A proposta pode prejudicar ainda os motoboys, que geralmente usam motos de 125 cc. O assessor jurídico da Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo), Carlos Breda, diz que a restrição de motos pelo tamanho seria como "matar o paciente para eliminar a doença".
 

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