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07/05/2003 - 23h31

Após 20 anos de uso, Cubatão (SP) fecha aterro sanitário

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

Próximo do limite de saturação e diante do risco de provocar no futuro grave dano ambiental, será fechado no próximo dia 15 de junho o aterro sanitário de Cubatão (SP).

As 80 toneladas de lixo produzidas diariamente na cidade passarão a ser levadas para outro município. No ano passado, o aterro de Cubatão chegou até mesmo a receber lixo tóxico de uma das indústrias do município.

Impedida pela Justiça de expandir o aterro para uma área adjacente, a prefeitura local decidiu abrir dois processos licitatórios para escolher a empresa responsável pelo transporte do lixo até um aterro noutra cidade e a que será responsável pela deposição e tratamento dos resíduos.

O fechamento do aterro, com 20 anos de funcionamento, é decorrência da constatação, pela Cetesb (agência ambiental paulista), de fissuras nas células que acumulam os detritos, um indicativo de movimentação do solo, segundo os técnicos da companhia.

"Lançar mais resíduos sem um estudo geológico é muito arriscado. Pode gerar um desbarrancamento dos taludes", afirmou o engenheiro Jorge Moya Diez, gerente regional da Cetesb.

No ano passado, 200 mil litros (o equivalente a 50 carretas) de organoclorados (resíduos tóxicos e cancerígenos) da empresa Carbocloro foram encontrados em um trecho não-impermeabilizado do aterro, o que ameaçava de contaminação as águas subterrâneas. Atualmente, esses resíduos estão provisoriamente armazenados em um galpão fechado de uma transportadora, alugado pela Carbocloro até que seja dada uma solução definitiva.

O secretário municipal do Meio Ambiente de Cubatão, Eduardo Silveira Bello, disse que a prefeitura gasta R$ 340 mil mensais para coletar o lixo da cidade e depositá-lo no aterro. O principal critério para escolha das empresas vencedoras da licitação será o de menor preço.

Segundo Bello, o município encaminhou à Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista) uma proposta para adoção pelas nove cidades da região de uma solução conjunta para o lixo por meio do chamado processo de carbonização.

Pelo processo, o lixo prensado teria a água extraída e seria queimado a uma temperatura de 1.700ºC, de modo a ser transformado em carvão. "Esse equipamento é usado na Europa e é aprovado pela Cetesb. Não ficam resíduos aéreos nem sólidos. Poderíamos deixar de utilizar aterros", disse. Pelo menos uma empresa, subsidiária de um grupo alemão, já opera no Brasil com o sistema.
 

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