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09/05/2003 - 19h36

Gravações mostram envolvimento de PMs com traficantes no Rio

MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

Um tenente e um sargento da PM (Polícia Militar), lotados no complexo penitenciário de Bangu (zona oeste), foram presos sob a acusação de envolvimento com "bondes" (comboios de criminosos) de traficantes ligados a Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

As prisões ocorreram ontem, dois dias depois que nove PMs do 6º Batalhão (Tijuca, zona norte) foram detidos por terem, supostamente, sequestrado dois moradores do morro do Turano, de onde partiu o tiro que acertou a estudante Luciana Gonçalves de Novaes, 19, na vizinha Universidade Estácio de Sá.

O secretário de Segurança, Anthony Garotinho, disse que policiais corruptos serão tratados com o mesmo rigor que traficantes.

"O governo vai jogar duro contra o envolvimento de policiais com o crime. Só poderemos vencer a luta contra o narcotráfico depois que afastarmos parte da polícia envolvida com traficantes."

O tenente Anderson Silva dos Santos, 43, e o sargento Celso Cardoso Pacheco passaram a ser investigados depois que a PM recebeu fitas de vídeo e gravações telefônicas que apontam o envolvimento deles com o traficante Beto, suposto distribuidor de drogas de Beira-Mar.

As imagens e as gravações foram cedidas pela TV Bandeirantes, segundo a secretaria. De acordo com a emissora, o trabalho de investigação jornalística começou em outubro do ano passado e teve o apoio do Ministério Público Estadual.

Uma imagem mostra o tenente conversando em uma lanchonete de Bangu com um homem que seria Beto. Segundo a polícia, em um trecho da conversa, ele diz ao homem que era preciso afastar o sargento dos "bondes" porque ele estava "cheirando [cocaína] muito".

Garotinho admitiu haver mais PMs envolvidos. Os policiais ficarão presos 30 dias até a conclusão da sindicância administrativa.

O secretário confirmou que a polícia investiga quatro PMs acusados de matar quatro moradores do morro do Borel (Tijuca) em 17 de abril. Entre os mortos está Carlos Magno Nascimento, 18, que morava na Suíça e passava uma temporada com a avó.

Na ocasião, a PM informou que os mortos eram traficantes e que, com eles, apreendera drogas e armas. A advogada das vítimas, Maria Nilma Barros, afirmou que a apreensão foi forjada.


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