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15/05/2003
-
10h09
da Folha de S.Paulo, em São José dos Campos
O vazamento de acrilato de etila, um tipo de gás que é utilizado pela Basf de Guaratinguetá (176 km a nordeste de São Paulo), atingiu na noite de terça-feira (13) os moradores do bairro Vila Paulista, que fica próximo à unidade.
O mau cheiro provocou náuseas, irritação nos olhos e dores de cabeça nos habitantes locais. Pelo menos uma menina, de oito anos, chegou a ser levada ao hospital com diarréia e dores de cabeça.
Após o incidente, os moradores do bairro decidiram entrar com uma ação civil pública contra a empresa, alegando que constantemente a comunidade local é prejudicada pelos vazamentos ocasionados pela Basf.
Os moradores também devem pedir na ação que está sendo preparada uma solução para a falta de atendimento emergencial, que a empresa se comprometeu a fornecer à comunidade quando problemas como os de terça-feira acontecerem.
Moradores ouvidos ontem pela Folha afirmaram que o gás, utilizado pela empresa para a fabricação de resinas, atingiu a atmosfera por cerca de duas horas.
Segundo o açougueiro Oraci José Macedo, 34, sua filha Taiane Helene Bernardes Macedo, 8, precisou ser levada ao hospital após inalar o gás emitido pela Basf. "Telefonei quatro vezes para a empresa. Fui até a fábrica e ninguém quis me ajudar. Os bombeiros disseram que o cheiro era normal", disse o açougueiro.
De acordo com Macedo, sua filha foi levada ao hospital Frei Galvão, onde os médicos detectaram que ela estava com intoxicação. "Fiquei tão nervoso com o descaso, que tentei invadir a fábrica. Eles [a Basf] só mandaram os assistentes sociais nos atender depois de muito tempo", disse.
O caso foi levado pelos moradores ao Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas de Guará. "O sindicato está oferecendo assessoria jurídica e técnica aos moradores no que for necessário", disse o presidente do órgão, Rosendo Moreno Neto.
Ainda de acordo com ele, os médicos do sindicato vão examinar os moradores da Vila Industrial para verificar se eles foram contaminados pelo gás.
Cetesb
Ontem, engenheiros da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) de Aparecida estiveram na Basf para constatar os danos que foram causados pelo vazamento.
De acordo com o gerente regional do órgão, Carlos Alberto Ferreira, o resultado da vistoria deve ser divulgado nos próximos dias.
"O gás de acrilato de etila se desfaz em cerca de 30 minutos e acredito que nada de mais grave tenha ocorrido, já que as casas ficam a uma distância considerável do local onde houve o vazamento. No entanto, só o resultado da análise dirá o que aconteceu", disse.
A Basf divulgou uma nota na qual admite o vazamento. De acordo com o comunicado, a emissão de vapores ocorreu durante o descarregamento de um caminhão na unidade de dispersões plásticas da planta.
Segundo a Basf, o incidente aconteceu em razão de "uma decisão operacional que se mostrou equivocada e atingiu a comunidade vizinha". Após o fato, a Basf recebeu 15 ligações de moradores reclamando do acidente.
Ainda de acordo com a nota divulgada, a comunidade foi informada sobre as causas do incidente e as características do produto e foi orientada a tomar medidas para reduzir o mal-estar.
A Basf afirma ainda que profissionais da empresa foram até a comunidade para ouvir os relatos.
Vazamento de gás da Basf atinge bairro de Guaratinguetá (SP)
MARIA TERESA MORAESda Folha de S.Paulo, em São José dos Campos
O vazamento de acrilato de etila, um tipo de gás que é utilizado pela Basf de Guaratinguetá (176 km a nordeste de São Paulo), atingiu na noite de terça-feira (13) os moradores do bairro Vila Paulista, que fica próximo à unidade.
O mau cheiro provocou náuseas, irritação nos olhos e dores de cabeça nos habitantes locais. Pelo menos uma menina, de oito anos, chegou a ser levada ao hospital com diarréia e dores de cabeça.
Após o incidente, os moradores do bairro decidiram entrar com uma ação civil pública contra a empresa, alegando que constantemente a comunidade local é prejudicada pelos vazamentos ocasionados pela Basf.
Os moradores também devem pedir na ação que está sendo preparada uma solução para a falta de atendimento emergencial, que a empresa se comprometeu a fornecer à comunidade quando problemas como os de terça-feira acontecerem.
Moradores ouvidos ontem pela Folha afirmaram que o gás, utilizado pela empresa para a fabricação de resinas, atingiu a atmosfera por cerca de duas horas.
Segundo o açougueiro Oraci José Macedo, 34, sua filha Taiane Helene Bernardes Macedo, 8, precisou ser levada ao hospital após inalar o gás emitido pela Basf. "Telefonei quatro vezes para a empresa. Fui até a fábrica e ninguém quis me ajudar. Os bombeiros disseram que o cheiro era normal", disse o açougueiro.
De acordo com Macedo, sua filha foi levada ao hospital Frei Galvão, onde os médicos detectaram que ela estava com intoxicação. "Fiquei tão nervoso com o descaso, que tentei invadir a fábrica. Eles [a Basf] só mandaram os assistentes sociais nos atender depois de muito tempo", disse.
O caso foi levado pelos moradores ao Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas de Guará. "O sindicato está oferecendo assessoria jurídica e técnica aos moradores no que for necessário", disse o presidente do órgão, Rosendo Moreno Neto.
Ainda de acordo com ele, os médicos do sindicato vão examinar os moradores da Vila Industrial para verificar se eles foram contaminados pelo gás.
Cetesb
Ontem, engenheiros da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) de Aparecida estiveram na Basf para constatar os danos que foram causados pelo vazamento.
De acordo com o gerente regional do órgão, Carlos Alberto Ferreira, o resultado da vistoria deve ser divulgado nos próximos dias.
"O gás de acrilato de etila se desfaz em cerca de 30 minutos e acredito que nada de mais grave tenha ocorrido, já que as casas ficam a uma distância considerável do local onde houve o vazamento. No entanto, só o resultado da análise dirá o que aconteceu", disse.
A Basf divulgou uma nota na qual admite o vazamento. De acordo com o comunicado, a emissão de vapores ocorreu durante o descarregamento de um caminhão na unidade de dispersões plásticas da planta.
Segundo a Basf, o incidente aconteceu em razão de "uma decisão operacional que se mostrou equivocada e atingiu a comunidade vizinha". Após o fato, a Basf recebeu 15 ligações de moradores reclamando do acidente.
Ainda de acordo com a nota divulgada, a comunidade foi informada sobre as causas do incidente e as características do produto e foi orientada a tomar medidas para reduzir o mal-estar.
A Basf afirma ainda que profissionais da empresa foram até a comunidade para ouvir os relatos.
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