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14/08/2000
-
19h23
da Folha de S.Paulo
Os 460 internos levados da unidade 31 para a 30 na Febem de Franco da Rocha (Grande São Paulo) ameaçam fazer uma nova rebelião, a qualquer momento, em protesto aos espancamentos e torturas que dizem estar recebendo diariamente, após a rebelião da última sexta-feira.
Mães que estiveram com os filhos, durante 15 minutos no sábado, fizeram nesta segunda-feira (14)uma manifestação na praça da Sé pedindo providências do governo e apontaram para a iminência de um novo motim. Elas levaram as denúncias ao Ministério Público.
Na rebelião de sexta, V.L., 17, foi assassinado e cinco internos e 11 monitores ficaram feridos.
"Vai explodir a qualquer momento", disse a diarista M., mãe de C., 18, preso por homicídio.
"Meu neto está desesperado. Ele disse que o clima é de terror. Ninguém sabe quem vai ser o próximo a morrer e quem vai matar, e pode ser qualquer um", afirmou a aposentada, E., 69, avó de E., 18, preso por roubo.
Segundo o relato das mães, a violência dos monitores, praticada antes da rebelião, aumentou. Eles estariam espancando os menores no meio da noite com paus e pedaços de ferro, teriam molhado os colchões e também estariam obrigando os internos a dormir nus e sem coberta no frio.
"Os 'meninos' dizem que eles (monitores) querem mostrar quem é que manda", disse L. 42, mãe de E., 18, preso por assalto.
Após a rebelião na sexta, o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Edson Ortega, disse que "os meninos ficam provocando os funcionários".
O promotores do Departamento de Execuções da Infância e Juventude iriam encaminhar ofícios ao Judiciário e à secretaria.
Depois da rebelião de sexta, a unidade 31 ficou destruída, e os menores foram levados para a 30, onde estão outros 80, que cumprem o final de suas penas.
Para piorar o clima, além das tradicionais gangues internas, há atrito entre os dois grupos. Os 80 internos em fim de pena não querem uma nova rebelião, isso adiaria a saída deles.
Outro lado
Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria anunciou que a situação em Franco da Rocha está controlada e não houve espancamentos depois da rebelião nem violência dos monitores.
A secretaria também negou que haja torturas ou internos dormindo nus, sem coberta ou em colchões molhados.
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Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
Internos da Febem de Franco da Rocha ameaçam nova rebelião
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Os 460 internos levados da unidade 31 para a 30 na Febem de Franco da Rocha (Grande São Paulo) ameaçam fazer uma nova rebelião, a qualquer momento, em protesto aos espancamentos e torturas que dizem estar recebendo diariamente, após a rebelião da última sexta-feira.
Mães que estiveram com os filhos, durante 15 minutos no sábado, fizeram nesta segunda-feira (14)uma manifestação na praça da Sé pedindo providências do governo e apontaram para a iminência de um novo motim. Elas levaram as denúncias ao Ministério Público.
Na rebelião de sexta, V.L., 17, foi assassinado e cinco internos e 11 monitores ficaram feridos.
"Vai explodir a qualquer momento", disse a diarista M., mãe de C., 18, preso por homicídio.
"Meu neto está desesperado. Ele disse que o clima é de terror. Ninguém sabe quem vai ser o próximo a morrer e quem vai matar, e pode ser qualquer um", afirmou a aposentada, E., 69, avó de E., 18, preso por roubo.
Segundo o relato das mães, a violência dos monitores, praticada antes da rebelião, aumentou. Eles estariam espancando os menores no meio da noite com paus e pedaços de ferro, teriam molhado os colchões e também estariam obrigando os internos a dormir nus e sem coberta no frio.
"Os 'meninos' dizem que eles (monitores) querem mostrar quem é que manda", disse L. 42, mãe de E., 18, preso por assalto.
Após a rebelião na sexta, o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Edson Ortega, disse que "os meninos ficam provocando os funcionários".
O promotores do Departamento de Execuções da Infância e Juventude iriam encaminhar ofícios ao Judiciário e à secretaria.
Depois da rebelião de sexta, a unidade 31 ficou destruída, e os menores foram levados para a 30, onde estão outros 80, que cumprem o final de suas penas.
Para piorar o clima, além das tradicionais gangues internas, há atrito entre os dois grupos. Os 80 internos em fim de pena não querem uma nova rebelião, isso adiaria a saída deles.
Outro lado
Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria anunciou que a situação em Franco da Rocha está controlada e não houve espancamentos depois da rebelião nem violência dos monitores.
A secretaria também negou que haja torturas ou internos dormindo nus, sem coberta ou em colchões molhados.
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