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31/05/2003 - 02h51

Campinas vai punir servidores em greve

RICARDO BRANDT
PAULO REDA

da Folha de S.Paulo, em Campinas

A prefeita de Campinas, Izalene Tiene (PT), vai punir os servidores públicos municipais, que estão em greve há 17 dias, com o desconto nos salários dos dias parados e até com demissões.

Ontem foram publicados no "Diário Oficial" do município dois atos administrativos que permitem as punições. As medidas foram classificadas de "terrorismo" pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais.

Os servidores querem 30% de aumento, mas a prefeitura já avisou que publicará um decreto nos próximos dias com reajuste zero.

CUT e PT

Para o coordenador do sindicato dos servidores, Fábio Custódio, as medidas adotadas pelo governo em meio ao impasse nas negociações salariais agravam ainda mais a questão e devem provocar um endurecimento dos manifestantes durante os piquetes.

"Vamos levar o caso para discussão nacional dentro da CUT [Central Única dos Trabalhadores] e tentar fazer isso dentro do próprio PT. Vamos propor uma comissão de ética para o caso, pois se trata de uma posição clara de repressão contra um movimento grevista de direito."

A principal medida foi a criação de uma comissão especial de sindicância para a apuração de "graves fatos ocorridos por ocasião dos piquetes violentos".

Os dois principais episódios de confronto entre servidores e governo ocorreram no dia 13 -oito pessoas ficaram feridas e 13 sindicalistas foram detidos- e anteontem, quando a prefeita foi hostilizada e dois secretários municipais sofreram agressões.

"As punições podem ser de advertência, suspensão e até mesmo demissão", disse o secretário de Governo e Gabinete, Lauro Camara Marcondes.

De acordo com Marcondes, a decisão de abrir a comissão de sindicância partiu da própria prefeita. "Não questionamos o direito de greve, mas acreditamos que ocorreram abusos durante as manifestações", disse.

A comissão terá um prazo inicial de 30 dias, a contar da publicação no "Diário Oficial", para apresentar um relatório.

Ontem, um grupo de cerca de 90 servidores da Setec (Serviços Técnicos Gerais), de um total de aproximadamente 400, tiveram dias de trabalho descontados de seus contracheques de maio.

O sindicato informou que vai entrar na Justiça para contestar os descontos de salário.
 

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