Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/06/2003 - 23h05

Dois feridos em "show pela paz" estão na UTI em Curitiba

MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba

Três adolescentes morreram pisoteados e outros 25 foram atendidos em prontos-socorros de Curitiba, na noite de ontem, depois de um tumulto nos portões de acesso a um show de rock em área aberta do Jockey Club do Paraná, no bairro do Tarumã.

O evento foi divulgado pelas emissoras de rádio como o festival Unidos pela Paz.

Dois hospitalizados, que estavam na UTI do hospital Evangélico, ainda corriam risco de morte no fim da tarde de hoje. Quatro permaneciam em observação em ambulatórios. O restante foi liberado no fim da manhã.

Morreram por causa de fraturas provocadas pelo empurra-empurra Mariah de Andrade Souza, 14, Larissa Seletti, 15, e Jonathan Raul dos Santos, 15.

Mariah chegou a ser levada para o hospital Cajuru, mas morreu no caminho. Os nomes dos feridos em estado grave não foram divulgados.
O evento teve apresentações das bandas Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts.

A confusão começou pouco antes das 22h, horário do início do show. Do lado de fora, parte do público pagante, que ainda esperava para entrar, iniciou um empurra-empurra. Os portões tinham sido abertos só duas horas antes da primeira exibição.

Para evitar que o tumulto aumentasse, não houve interrupção no show.
A Polícia Militar acusou a organização de falha na segurança e de não ter pedido policiamento preventivo para o evento, mas a direção do Jockey nega. O show teria atraído 30 mil pessoas.

O secretário da Indústria e Comércio do Estado e presidente do Jockey, Luiz Mussi, reagiu no final da tarde de hoje às suspeitas da PM de que o espaço não teria capacidade para esse público.

"O local abriga 50 mil", afirmou. O show aconteceu onde são realizadas as corridas de cavalo.

As suspeitas de "venda de ingresso incompatível com a capacidade" foram confirmadas à reportagem pelo delegado Luiz Carlos de Oliveira, do Centro de Operações Especiais da Polícia Civil.

O tenente Valdecir Gonçalves Capelli disse que a PM não tinha conhecimento do evento e foi chamada pelos organizadores "já na emergência".

Os cem homens deslocados para o local não conseguiram conter a multidão.

Mussi contesta a versão da PM e diz que Athayde de Oliveira Neto, promotor do show, tem cópia das comunicações.

"Foi-me garantido que o promotor tem todas as provas [das comunicações]", disse. Oliveira Neto, que tem ordem de prisão expedida e vai responder a inquérito por homicídio culposo, está foragido.

O estudante Rafael Pienaro, 20, assistiu ao show e disse não ter notado o tumulto do lado de fora.

"Vi soldados do batalhão de choque tomarem a frente do palco quando o Charlie Brown [terceira banda a tocar, por volta da 1h de ontem] entrou e a agitação do público cresceu."
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página