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02/06/2003
-
09h30
A Polícia Civil do Paraná procura pelo promotor de eventos Athayde Oliveira Neto, 22, responsável por organizar o show "Unidos pela Paz" que deixou três mortos e 25 feridos, na noite de sábado, no Jockey Club, em Curitiba.
A polícia pediu a prisão temporária de Oliveira Neto, acusado de homicídio culposo (sem intenção). Os adolescentes Larissa Seletti, 15, Mariah de Andrade Souza, 14, e Jonathan Raul dos Santos, 15, morreram pisoteados em um tumulto nos portões de entrada do clube.
Dois dos feridos estão na UTI do hospital Evangélico e outros quatro permanecem em observação. Os demais foram liberados dos hospitais.
Ingressos
Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados, houve briga e empurra-empurra.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto Abreu de Oliveira, as polícias Civil e Militar e o Juizado de Menores não foram informados oficialmente do evento.
Já o presidente do Jockey, o secretário da Indústria e Comércio do Estado, Luiz Mussi, disse que a PM sabia do evento.
Segundo a Polícia Civil, no momento do show havia apenas seguranças particulares. A maioria, desempregados, sem qualificação alguma, contratada em cima da hora para acompanhar o show. Um deles, ouvido pela polícia, recebeu R$ 25. "Estava tudo errado", afirmou o delegado-geral.
Tumulto
Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas estavam no local.
Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões. Três adolescentes morreram pisoteados. Até mesmo uma cadeira de rodas foi encontrada quebrada na área.
Acionada, a PM deslocou todo o efetivo de plantão que não estava em ocorrência grave --mais de cem homens.
"Os adolescentes que estavam fora tinham ingresso e queriam entrar de qualquer jeito. Isso gerou um tumulto enorme. Algumas pessoas foram pisoteadas e esmagadas", disse o tenente Valdecir Capelli, do setor de comunicação da Polícia Militar.
Segundo ele, os policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.
Negligência
Alguns seguranças foram detidos, ouvidos pela polícia e liberados. Eles contaram que foram contratados de última hora pelo promotor Oliveira Neto. "Foi uma total negligência por parte do promotor", afirmou o delegado-geral.
Um documento de contratação para a promoção do evento foi apreendido. Ele estava rasgado e a polícia identificou apenas o nome de Oliveira Neto. Mas outras pessoas podem estar envolvidas na organização dos shows.
A polícia deve ouvir as vítimas, seus familiares, empresários das bandas, e funcionários do Jockey.
Os shows não foram interrompidos durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
Após morte de 3 em show, polícia procura organizador do evento
da Folha OnlineA Polícia Civil do Paraná procura pelo promotor de eventos Athayde Oliveira Neto, 22, responsável por organizar o show "Unidos pela Paz" que deixou três mortos e 25 feridos, na noite de sábado, no Jockey Club, em Curitiba.
A polícia pediu a prisão temporária de Oliveira Neto, acusado de homicídio culposo (sem intenção). Os adolescentes Larissa Seletti, 15, Mariah de Andrade Souza, 14, e Jonathan Raul dos Santos, 15, morreram pisoteados em um tumulto nos portões de entrada do clube.
Dois dos feridos estão na UTI do hospital Evangélico e outros quatro permanecem em observação. Os demais foram liberados dos hospitais.
Ingressos
Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados, houve briga e empurra-empurra.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto Abreu de Oliveira, as polícias Civil e Militar e o Juizado de Menores não foram informados oficialmente do evento.
Já o presidente do Jockey, o secretário da Indústria e Comércio do Estado, Luiz Mussi, disse que a PM sabia do evento.
Segundo a Polícia Civil, no momento do show havia apenas seguranças particulares. A maioria, desempregados, sem qualificação alguma, contratada em cima da hora para acompanhar o show. Um deles, ouvido pela polícia, recebeu R$ 25. "Estava tudo errado", afirmou o delegado-geral.
Tumulto
Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas estavam no local.
Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões. Três adolescentes morreram pisoteados. Até mesmo uma cadeira de rodas foi encontrada quebrada na área.
Acionada, a PM deslocou todo o efetivo de plantão que não estava em ocorrência grave --mais de cem homens.
"Os adolescentes que estavam fora tinham ingresso e queriam entrar de qualquer jeito. Isso gerou um tumulto enorme. Algumas pessoas foram pisoteadas e esmagadas", disse o tenente Valdecir Capelli, do setor de comunicação da Polícia Militar.
Segundo ele, os policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.
Negligência
Alguns seguranças foram detidos, ouvidos pela polícia e liberados. Eles contaram que foram contratados de última hora pelo promotor Oliveira Neto. "Foi uma total negligência por parte do promotor", afirmou o delegado-geral.
Um documento de contratação para a promoção do evento foi apreendido. Ele estava rasgado e a polícia identificou apenas o nome de Oliveira Neto. Mas outras pessoas podem estar envolvidas na organização dos shows.
A polícia deve ouvir as vítimas, seus familiares, empresários das bandas, e funcionários do Jockey.
Os shows não foram interrompidos durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
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