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02/06/2003 - 11h34

Vítima de tumulto em show de rock no Paraná continua na UTI

da Folha Online

Três dos 25 feridos em um tumulto no show de rock "Unidos pela Paz", no Jockey Club do Paraná, na noite de sábado (31), continuam internados no hospital Evangélico, em Curitiba. Michel dos Santos Tinin, 18, está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas, de acordo com o centro médico, ele não corre risco de morte.

Outras duas vítimas da confusão, que não tiveram os nomes divulgados, também estão internadas. Elas estão em observação, fora de perigo, segundo o hospital.

Três adolescentes --Larissa Seletti, 15, Mariah de Andrade Souza, 14, e Janathan Raul dos Santos, 15-- morreram pisoteados depois de um tumulto nos portões de acesso ao show em área aberta do Jockey Club, no bairro do Tarumã.

A Polícia Civil do Paraná procura pelo promotor de eventos Athayde Oliveira Neto, 22, responsável por organizar o show "Unidos pela Paz". A polícia pediu a prisão temporária de Oliveira Neto, acusado de homicídio culposo (sem intenção).

Ingressos

Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados, houve briga e empurra-empurra.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto Abreu de Oliveira, as polícias Civil e Militar e o Juizado de Menores não foram informados oficialmente do evento.

Já o presidente do Jockey, o secretário da Indústria e Comércio do Estado, Luiz Mussi, disse que a Polícia Militar sabia do evento.

Segundo a Polícia Civil, no momento do show havia apenas seguranças particulares. A maioria, desempregados, sem qualificação alguma, contratada em cima da hora para acompanhar o show. Um deles, ouvido pela polícia, recebeu R$ 25. "Estava tudo errado", afirmou o delegado-geral.

Tumulto

Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas estavam no local.

Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões. Três adolescentes morreram pisoteados. Até mesmo uma cadeira de rodas foi encontrada quebrada na área.

Acionada, a PM deslocou todo o efetivo de plantão que não estava em ocorrência grave --mais de cem homens.

"Os adolescentes que estavam fora tinham ingresso e queriam entrar de qualquer jeito. Isso gerou um tumulto enorme. Algumas pessoas foram pisoteadas e esmagadas", disse o tenente Valdecir Capelli, do setor de comunicação da Polícia Militar.

Segundo ele, os policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.

Negligência

Alguns seguranças foram detidos, ouvidos pela polícia e liberados. Eles contaram que foram contratados de última hora pelo promotor Oliveira Neto. "Foi uma total negligência por parte do promotor", afirmou o delegado-geral.

Um documento de contratação para a promoção do evento foi apreendido. Ele estava rasgado e a polícia identificou apenas o nome de Oliveira Neto. Mas outras pessoas podem estar envolvidas na organização dos shows.

A polícia deve ouvir as vítimas, seus familiares, empresários das bandas, e funcionários do Jockey.

Os shows não foram interrompidos durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
 

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