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02/06/2003
-
17h53
A Polícia Civil do Paraná começou a ouvir testemunhas e vítimas do tumulto ocorrido no último sábado, durante o show "Unidos pela Paz", e que deixou três mortos e 25 feridos na entrada do Jockey Club, em Curitiba.
Segundo o advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva, o proprietário da empresa que promoveu o show, Athayde de Oliveira Neto, 22, se apresentará à polícia amanhã. A Justiça decretou a prisão temporária de Oliveira Neto, acusado de homicídio culposo (sem intenção).
Os adolescentes Larissa Seletti, 15, Mariah de Andrade Souza, 14, e Jonathan Raul dos Santos, 15, morreram pisoteados durante tumulto nos portões de acesso ao clube.
Ingressos
Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados, houve briga e empurra-empurra.
Segundo o superintendente da Delegacias de Homicídios, que investiga o caso, Neimir Cristóvão, a empresa teria autorização para realizar um show para 20 mil pessoas, mas aproximadamente 30 mil estavam no local.
O advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva afirma que o clube tem capacidade para 50 mil pessoas e que a organização adotou todas as medidas necessárias para o evento.
Tumulto
Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas estavam no local.
Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões. Três adolescentes morreram pisoteados. Até mesmo uma cadeira de rodas foi encontrada quebrada na área.
Acionada, a PM deslocou todo o efetivo de plantão que não estava em ocorrência grave --mais de cem homens.
"Os adolescentes que estavam fora tinham ingresso e queriam entrar de qualquer jeito. Isso gerou um tumulto enorme. Algumas pessoas foram pisoteadas e esmagadas", disse o tenente Valdecir Capelli, do setor de comunicação da Polícia Militar.
Segundo ele, os policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.
Negligência
Alguns seguranças foram detidos, ouvidos pela polícia e liberados. Eles contaram que foram contratados de última hora pelo promotor Oliveira Neto. "Foi uma total negligência por parte do promotor", afirmou o delegado-geral.
Um documento de contratação para a promoção do evento foi apreendido. Ele estava rasgado e a polícia identificou apenas o nome de Oliveira Neto. Mas outras pessoas podem estar envolvidas na organização dos shows.
A polícia deve ouvir as vítimas, seus familiares, empresários das bandas, e funcionários do Jockey.
Os shows não foram interrompidos durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
Polícia ouve testemunhas de tumulto que deixou 3 mortos no Paraná
da Folha OnlineA Polícia Civil do Paraná começou a ouvir testemunhas e vítimas do tumulto ocorrido no último sábado, durante o show "Unidos pela Paz", e que deixou três mortos e 25 feridos na entrada do Jockey Club, em Curitiba.
Segundo o advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva, o proprietário da empresa que promoveu o show, Athayde de Oliveira Neto, 22, se apresentará à polícia amanhã. A Justiça decretou a prisão temporária de Oliveira Neto, acusado de homicídio culposo (sem intenção).
Os adolescentes Larissa Seletti, 15, Mariah de Andrade Souza, 14, e Jonathan Raul dos Santos, 15, morreram pisoteados durante tumulto nos portões de acesso ao clube.
Ingressos
Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados, houve briga e empurra-empurra.
Segundo o superintendente da Delegacias de Homicídios, que investiga o caso, Neimir Cristóvão, a empresa teria autorização para realizar um show para 20 mil pessoas, mas aproximadamente 30 mil estavam no local.
O advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva afirma que o clube tem capacidade para 50 mil pessoas e que a organização adotou todas as medidas necessárias para o evento.
Tumulto
Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas estavam no local.
Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões. Três adolescentes morreram pisoteados. Até mesmo uma cadeira de rodas foi encontrada quebrada na área.
Acionada, a PM deslocou todo o efetivo de plantão que não estava em ocorrência grave --mais de cem homens.
"Os adolescentes que estavam fora tinham ingresso e queriam entrar de qualquer jeito. Isso gerou um tumulto enorme. Algumas pessoas foram pisoteadas e esmagadas", disse o tenente Valdecir Capelli, do setor de comunicação da Polícia Militar.
Segundo ele, os policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.
Negligência
Alguns seguranças foram detidos, ouvidos pela polícia e liberados. Eles contaram que foram contratados de última hora pelo promotor Oliveira Neto. "Foi uma total negligência por parte do promotor", afirmou o delegado-geral.
Um documento de contratação para a promoção do evento foi apreendido. Ele estava rasgado e a polícia identificou apenas o nome de Oliveira Neto. Mas outras pessoas podem estar envolvidas na organização dos shows.
A polícia deve ouvir as vítimas, seus familiares, empresários das bandas, e funcionários do Jockey.
Os shows não foram interrompidos durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
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