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02/06/2003 - 18h53

Ferido durante tumulto em show no Paraná sai da UTI, diz hospital

da Folha Online

Um dos feridos no tumulto ocorrido durante o show de rock "Unidos pela Paz", no Jockey Club de Curitiba (PR), foi transferido da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para a enfermaria neurológica, segundo o Hospital Evangélico.

De acordo com o hospital, Michel dos Santos Tinin, 18, não corre risco de morte. Outros dois rapazes que estavam internados tiveram alta. Uma adolescente de 15 anos permanece internada no Hospital Cajuru com quadro de amnésia.

Três adolescentes --Larissa Seletti, 15, Mariah de Andrade Souza, 14, e Jonathan Raul dos Santos, 15-- morreram pisoteados durante tumulto nos portões de acesso ao show, na noite do último sábado.

A Polícia Civil do Paraná ouve testemunhas e vítimas do tumulto. O promotor do evento, Athayde de Oliveira Neto, 22, que teve a prisão temporária decretada sob acusação de homicídio culposo (sem intenção), deve se apresentar amanhã à polícia, segundo seu advogado, Carlos Humberto Fernandes da Silva.

Ingressos

Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados, houve briga e empurra-empurra.

Segundo o superintendente da Delegacias de Homicídios, que investiga o caso, Neimir Cristóvão, a empresa teria autorização para realizar um show para 20 mil pessoas, mas aproximadamente 30 mil estavam no local.

O advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva afirma que o clube tem capacidade para 50 mil pessoas e que a organização adotou todas as medidas necessárias para o evento.

Tumulto

Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas estavam no local.

Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões. Três adolescentes morreram pisoteados. Até mesmo uma cadeira de rodas foi encontrada quebrada na área.

Acionada, a PM deslocou todo o efetivo de plantão que não estava em ocorrência grave --mais de cem homens.

"Os adolescentes que estavam fora tinham ingresso e queriam entrar de qualquer jeito. Isso gerou um tumulto enorme. Algumas pessoas foram pisoteadas e esmagadas", disse o tenente Valdecir Capelli, do setor de comunicação da Polícia Militar.

Segundo ele, os policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.

Negligência

Alguns seguranças foram detidos, ouvidos pela polícia e liberados. Eles contaram que foram contratados de última hora pelo promotor Oliveira Neto. "Foi uma total negligência por parte do promotor", afirmou o delegado-geral.

Um documento de contratação para a promoção do evento foi apreendido. Ele estava rasgado e a polícia identificou apenas o nome de Oliveira Neto. Mas outras pessoas podem estar envolvidas na organização dos shows.

A polícia deve ouvir as vítimas, seus familiares, empresários das bandas, e funcionários do Jockey.

Os shows não foram interrompidos durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
 

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