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02/06/2003
-
21h36
da Agência Folha, em Curitiba
O show de rock em que três adolescentes morreram pisoteados e 25 sofreram ferimentos, no sábado à noite, em Curitiba (PR), não tinha alvará autorizando a realização, não foi informado à Polícia Militar e a direção do Jockey Club não atendeu posição do Ministério Público --de que o espaço não oferecia segurança para eventos de massa.
As três irregularidades vão fazer parte do inquérito criminal sobre o tumulto, que corre na Delegacia de Homicídios. O promotor do show batizado de "União pela Paz", Athayde de Oliveira Neto, 23, teve um habeas corpus negado pela Justiça e está desaparecido desde a madrugada de domingo. Ele deve ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar).
"Foi um show à revelia da ordem pública", disse o promotor de Justiça João Henrique Vilela da Silveira. Segundo ele, a direção do Jockey Club vai dividir a responsabilidade pelo desfecho com o promotor do evento, numa ação civil que vai pedir a interdição do espaço.
Responsável pela Promotoria de Meio Ambiente, Silveira moveu uma ação popular contra o clube e promotores de um show da dupla Bruno e Marrone no final de 2001, mas o processo está parado na Justiça. "O caso de agora é de reincidência", afirmou.
O Jockey Club é presidido pelo secretário da Indústria e Comércio do Estado, Luiz Mussi.
O procurador-chefe do município de Curitiba, Maurício de Ferrante, confirmou a ausência de alvará. Segundo ele, a organização do show iniciou o processo de liberação, mas não finalizou, por não apresentar o laudo obrigatório do Corpo de Bombeiros.
No Corpo de Bombeiros, o major que comanda a área de engenharia, Wanderley Mariano, informou que o laudo foi negado. Segundo ele, o acesso era feito por apenas dois portões e não havia portão de saída. "Em shows como esse, o esquema tem de ser o mesmo de estádios de futebol", disse.
Oliveira Neto chegou a pagar o ISS (Imposto sobre Serviços) sobre um público de 10 mil pagantes. O show teria atraído 30 mil. O excesso de público é apontado pela Polícia Militar como uma das causas do tumulto.
Tumulto
A confusão começou por volta das 21h30, quando milhares de pessoas ainda estavam nas filas para o show de quatro bandas de rock, e começaram os primeiros acordes no palco montado ao ar livre no Jockey Club.
Um grupo protestou e começou o empurra-empurra. Os jovens que estavam mais à frente nas filas foram prensados contra as grades e pisoteados, sem condições de escapar.
O show continuou para evitar mais tumulto. No palco se apresentaram Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts. A confusão começou na hora em que os Raimundos iniciava apresentação.
Morreram no local Larissa Seletti, 15, e Jonathan Raul de Souza,15. Mariah de Andrade Souza, 14, foi transportada ainda com vida para o hospital Cajuru, mas morreu no caminho.
Promotor diz que show no PR ocorreu "à revelia da ordem pública"
MARI TORTATOda Agência Folha, em Curitiba
O show de rock em que três adolescentes morreram pisoteados e 25 sofreram ferimentos, no sábado à noite, em Curitiba (PR), não tinha alvará autorizando a realização, não foi informado à Polícia Militar e a direção do Jockey Club não atendeu posição do Ministério Público --de que o espaço não oferecia segurança para eventos de massa.
As três irregularidades vão fazer parte do inquérito criminal sobre o tumulto, que corre na Delegacia de Homicídios. O promotor do show batizado de "União pela Paz", Athayde de Oliveira Neto, 23, teve um habeas corpus negado pela Justiça e está desaparecido desde a madrugada de domingo. Ele deve ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar).
"Foi um show à revelia da ordem pública", disse o promotor de Justiça João Henrique Vilela da Silveira. Segundo ele, a direção do Jockey Club vai dividir a responsabilidade pelo desfecho com o promotor do evento, numa ação civil que vai pedir a interdição do espaço.
Responsável pela Promotoria de Meio Ambiente, Silveira moveu uma ação popular contra o clube e promotores de um show da dupla Bruno e Marrone no final de 2001, mas o processo está parado na Justiça. "O caso de agora é de reincidência", afirmou.
O Jockey Club é presidido pelo secretário da Indústria e Comércio do Estado, Luiz Mussi.
O procurador-chefe do município de Curitiba, Maurício de Ferrante, confirmou a ausência de alvará. Segundo ele, a organização do show iniciou o processo de liberação, mas não finalizou, por não apresentar o laudo obrigatório do Corpo de Bombeiros.
No Corpo de Bombeiros, o major que comanda a área de engenharia, Wanderley Mariano, informou que o laudo foi negado. Segundo ele, o acesso era feito por apenas dois portões e não havia portão de saída. "Em shows como esse, o esquema tem de ser o mesmo de estádios de futebol", disse.
Oliveira Neto chegou a pagar o ISS (Imposto sobre Serviços) sobre um público de 10 mil pagantes. O show teria atraído 30 mil. O excesso de público é apontado pela Polícia Militar como uma das causas do tumulto.
Tumulto
A confusão começou por volta das 21h30, quando milhares de pessoas ainda estavam nas filas para o show de quatro bandas de rock, e começaram os primeiros acordes no palco montado ao ar livre no Jockey Club.
Um grupo protestou e começou o empurra-empurra. Os jovens que estavam mais à frente nas filas foram prensados contra as grades e pisoteados, sem condições de escapar.
O show continuou para evitar mais tumulto. No palco se apresentaram Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts. A confusão começou na hora em que os Raimundos iniciava apresentação.
Morreram no local Larissa Seletti, 15, e Jonathan Raul de Souza,15. Mariah de Andrade Souza, 14, foi transportada ainda com vida para o hospital Cajuru, mas morreu no caminho.
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