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02/06/2003
-
23h25
da Folha de S.Paulo, no Rio
Um grupo de cerca de 120 proprietários de vans invadiu hoje o prédio onde funciona o Centro Administrativo da Prefeitura de Angra dos Reis (município a 150 km do Rio) e fez 50 funcionários --entre eles três secretários municipais-- reféns.
Os invasores jogaram gasolina em várias salas e ameaçaram incendiar todo o prédio em protesto contra a proibição do transporte alternativo no município. Os donos de vans estavam acompanhados de 65 crianças, que seriam filhos deles, e 45 mulheres na manifestação.
A invasão ocorreu por volta das 10h30 e só foi encerrada às 18h30, quando os manifestantes concordaram em deixar o prédio.
Quando a confusão começou, o prefeito Fernando Jordão (PSB) estava no Rio, supostamente para resolver assuntos da prefeitura. Ele não havia retornado à cidade até o início da noite.
Liderados pelo presidente da cooperativa de vans de Angra, Antônio Pimenta, os donos de vans ocuparam todas as salas, espalharam a gasolina e fecharam as duas entradas principais do prédio.
Na hora da invasão, várias pessoas eram atendidas em repartições municipais e foram expulsas. Os invasores, que não portavam armas, trancaram as salas e impediram os funcionários de saírem, entre eles o chefe de gabinete da prefeitura, Tarcísio Reis, e os secretários da Defesa Civil, Carlos Alexandre Soares, e de Governo, Bento Costa.
"Usando crianças como escudo, os invasores arrancaram pelo braço todas as pessoas que estavam sendo atendidas na recepção e no protocolo da prefeitura", disse Cinira Figueiredo, uma das funcionárias reféns. Ela afirmou que os invasores gritavam "quem quiser sair, que saia agora". Muitos funcionários fugiram pela janela.
O cheiro forte de gasolina levou vários reféns e crianças a passarem mal. Por volta das 13h, os manifestantes começaram a liberar os reféns. Vários deles tiveram que sair pela janela.
Pimenta negou que tivesse jogado gasolina no prédio. Segundo ele, os manifestantes levaram duas garrafas de guaraná para o local e os funcionários confundiram com gasolina. Disse também que não fez reféns.
Às 13h30, já não havia reféns, mas os manifestantes permaneceram no prédio e não permitiram a saída das crianças. Só três delas, que não tinham parentes entre os manifestantes, foram liberados com os reféns.
O local foi cercado por cerca de cem homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais), do Batalhão de Choque e do 33º Batalhão da PM (Polícia Militar). Um helicóptero da Polícia Civil e um carro do Corpo de Bombeiros auxiliavam no trabalho. Lojas próximas ao prédio da prefeitura foram fechadas.
Uma comissão integrada por secretários municipais, PMs, policiais civis e um representante da Secretaria Estadual de Segurança Pública iniciou uma negociação com os invasores para a evacuação do prédio.
Os negociadores só admitiam conversar sobre a possível liberação das vans no município depois que os motoristas deixassem o prédio. Os invasores só aceitavam sair do local depois de terem uma audiência com o prefeito Fernando Jordão (PSB).
Para pressionar os manifestantes, a prefeitura decidiu cortar a luz, a água e o telefone do prédio. Os donos de vans resolveram deixar a prefeitura por volta das 18h30, depois que foi firmado um acordo para que não fossem presos. Após o fim do protesto, eles foram convocados para prestar depoimento na 166ª Delegacia de Polícia.
Até o início da noite, o prefeito não havia sido localizado para comentar a invasão.
O transporte de vans em Angra dos Reis foi proibido no dia 5 de maio, quando a Câmara Municipal vetou um projeto de lei da prefeitura que regularizava o serviço. As vans circulam na cidade desde 1996.
Perueiros invadem prefeitura e fazem 50 reféns em Angra dos Reis
MARIO HUGO MONKENda Folha de S.Paulo, no Rio
Um grupo de cerca de 120 proprietários de vans invadiu hoje o prédio onde funciona o Centro Administrativo da Prefeitura de Angra dos Reis (município a 150 km do Rio) e fez 50 funcionários --entre eles três secretários municipais-- reféns.
Os invasores jogaram gasolina em várias salas e ameaçaram incendiar todo o prédio em protesto contra a proibição do transporte alternativo no município. Os donos de vans estavam acompanhados de 65 crianças, que seriam filhos deles, e 45 mulheres na manifestação.
A invasão ocorreu por volta das 10h30 e só foi encerrada às 18h30, quando os manifestantes concordaram em deixar o prédio.
Quando a confusão começou, o prefeito Fernando Jordão (PSB) estava no Rio, supostamente para resolver assuntos da prefeitura. Ele não havia retornado à cidade até o início da noite.
Liderados pelo presidente da cooperativa de vans de Angra, Antônio Pimenta, os donos de vans ocuparam todas as salas, espalharam a gasolina e fecharam as duas entradas principais do prédio.
Na hora da invasão, várias pessoas eram atendidas em repartições municipais e foram expulsas. Os invasores, que não portavam armas, trancaram as salas e impediram os funcionários de saírem, entre eles o chefe de gabinete da prefeitura, Tarcísio Reis, e os secretários da Defesa Civil, Carlos Alexandre Soares, e de Governo, Bento Costa.
"Usando crianças como escudo, os invasores arrancaram pelo braço todas as pessoas que estavam sendo atendidas na recepção e no protocolo da prefeitura", disse Cinira Figueiredo, uma das funcionárias reféns. Ela afirmou que os invasores gritavam "quem quiser sair, que saia agora". Muitos funcionários fugiram pela janela.
O cheiro forte de gasolina levou vários reféns e crianças a passarem mal. Por volta das 13h, os manifestantes começaram a liberar os reféns. Vários deles tiveram que sair pela janela.
Pimenta negou que tivesse jogado gasolina no prédio. Segundo ele, os manifestantes levaram duas garrafas de guaraná para o local e os funcionários confundiram com gasolina. Disse também que não fez reféns.
Às 13h30, já não havia reféns, mas os manifestantes permaneceram no prédio e não permitiram a saída das crianças. Só três delas, que não tinham parentes entre os manifestantes, foram liberados com os reféns.
O local foi cercado por cerca de cem homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais), do Batalhão de Choque e do 33º Batalhão da PM (Polícia Militar). Um helicóptero da Polícia Civil e um carro do Corpo de Bombeiros auxiliavam no trabalho. Lojas próximas ao prédio da prefeitura foram fechadas.
Uma comissão integrada por secretários municipais, PMs, policiais civis e um representante da Secretaria Estadual de Segurança Pública iniciou uma negociação com os invasores para a evacuação do prédio.
Os negociadores só admitiam conversar sobre a possível liberação das vans no município depois que os motoristas deixassem o prédio. Os invasores só aceitavam sair do local depois de terem uma audiência com o prefeito Fernando Jordão (PSB).
Para pressionar os manifestantes, a prefeitura decidiu cortar a luz, a água e o telefone do prédio. Os donos de vans resolveram deixar a prefeitura por volta das 18h30, depois que foi firmado um acordo para que não fossem presos. Após o fim do protesto, eles foram convocados para prestar depoimento na 166ª Delegacia de Polícia.
Até o início da noite, o prefeito não havia sido localizado para comentar a invasão.
O transporte de vans em Angra dos Reis foi proibido no dia 5 de maio, quando a Câmara Municipal vetou um projeto de lei da prefeitura que regularizava o serviço. As vans circulam na cidade desde 1996.
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