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03/06/2003 - 15h01

Família não quer que promotor de show se entregue à polícia

da Folha Online

A família do promotor de eventos Athayde Oliveira Neto, 22, responsável por organizar o show "Unidos pela Paz", que deixou três mortos e 25 feridos no Jockey Club de Curitiba (PR), no último sábado, não quer que o rapaz se entregue à polícia.

O advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva, que defendia o acusado e era favorável que ele se apresentasse, deixou o caso hoje. "Eu não concordei com a posição da família. Parentes têm receio que ele se entregue", disse o advogado.

A Justiça decretou a prisão temporária de Oliveira Neto, acusado de homicídio culposo (sem intenção). A polícia continua procurando pelo rapaz.

Capacidade

Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados.

Segundo o superintendente da Delegacias de Homicídios, que investiga o caso, Neimir Cristóvão, a empresa teria autorização para realizar um show para 20 mil pessoas, mas aproximadamente 30 mil estavam no local.

O advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva afirma que o clube tem capacidade para 50 mil pessoas e que a organização adotou todas as medidas necessárias para o evento.

Tumulto

Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas estavam no local.

Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões. Três adolescentes morreram pisoteados. Até mesmo uma cadeira de rodas foi encontrada quebrada na área.

Acionada, a PM deslocou todo o efetivo de plantão que não estava em ocorrência grave --mais de cem homens.

"Os adolescentes que estavam fora tinham ingresso e queriam entrar de qualquer jeito. Isso gerou um tumulto enorme. Algumas pessoas foram pisoteadas e esmagadas", disse o tenente Valdecir Capelli, do setor de comunicação da Polícia Militar.

Segundo ele, os policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.

Negligência

Alguns seguranças foram detidos, ouvidos pela polícia e liberados. Eles contaram que foram contratados de última hora pelo promotor Oliveira Neto. "Foi uma total negligência por parte do promotor", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto Abreu de Oliveira.

A polícia começou a ouvir ontem as testemunhas do caso.

O show não foi interrompido durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
 

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