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03/06/2003
-
20h17
Os advogados do promotor de eventos Athayde Oliveira Neto, 22, responsável por organizar o show "Unidos pela Paz", que deixou três mortos e 25 feridos no Jockey Club de Curitiba (PR), no último sábado, deverão tentar novo habeas corpus para o rapaz. Com prisão temporária decretada sob acusação de homicídio culposo (sem intenção), ele permanece foragido.
O advogado Raul de Cassius Rangel afirma que deve protocolar o pedido até o final da manhã desta quarta-feira. Segundo ele, documentos que mostram que a organização do evento tinha autorização para a realização do show e havia solicitado apoio da Polícia Militar.
A expectativa era de que Oliveira Neto se apresentasse hoje à polícia. O advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva, que defendia o acusado e era favorável que ele se apresentasse, deixou o caso. "Eu não concordei com a posição da família. Parentes têm receio que ele se entregue", disse o advogado, que já havia tentado habeas corpus em favor do promotor. O pedido foi negado pela Justiça.
Capacidade
Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados.
Segundo o superintendente da Delegacias de Homicídios, que investiga o caso, Neimir Cristóvão, a empresa teria autorização para realizar um show para 20 mil pessoas, mas aproximadamente 30 mil estavam no local.
Tumulto
Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas estavam no local.
Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões. Três adolescentes morreram pisoteados. Até mesmo uma cadeira de rodas foi encontrada quebrada na área.
Acionada, a PM deslocou todo o efetivo de plantão que não estava em ocorrência grave --mais de cem homens.
"Os adolescentes que estavam fora tinham ingresso e queriam entrar de qualquer jeito. Isso gerou um tumulto enorme. Algumas pessoas foram pisoteadas e esmagadas", disse o tenente Valdecir Capelli, do setor de comunicação da Polícia Militar.
Segundo ele, os policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.
Negligência
Alguns seguranças foram detidos, ouvidos pela polícia e liberados. Eles contaram que foram contratados de última hora pelo promotor Oliveira Neto. "Foi uma total negligência por parte do promotor", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto Abreu de Oliveira.
O show não foi interrompido durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
A polícia começou a ouvir ontem as testemunhas do caso.
Defesa tentará habeas corpus para organizador de show em Curitiba
da Folha OnlineOs advogados do promotor de eventos Athayde Oliveira Neto, 22, responsável por organizar o show "Unidos pela Paz", que deixou três mortos e 25 feridos no Jockey Club de Curitiba (PR), no último sábado, deverão tentar novo habeas corpus para o rapaz. Com prisão temporária decretada sob acusação de homicídio culposo (sem intenção), ele permanece foragido.
O advogado Raul de Cassius Rangel afirma que deve protocolar o pedido até o final da manhã desta quarta-feira. Segundo ele, documentos que mostram que a organização do evento tinha autorização para a realização do show e havia solicitado apoio da Polícia Militar.
A expectativa era de que Oliveira Neto se apresentasse hoje à polícia. O advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva, que defendia o acusado e era favorável que ele se apresentasse, deixou o caso. "Eu não concordei com a posição da família. Parentes têm receio que ele se entregue", disse o advogado, que já havia tentado habeas corpus em favor do promotor. O pedido foi negado pela Justiça.
Capacidade
Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados.
Segundo o superintendente da Delegacias de Homicídios, que investiga o caso, Neimir Cristóvão, a empresa teria autorização para realizar um show para 20 mil pessoas, mas aproximadamente 30 mil estavam no local.
Tumulto
Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas estavam no local.
Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões. Três adolescentes morreram pisoteados. Até mesmo uma cadeira de rodas foi encontrada quebrada na área.
Acionada, a PM deslocou todo o efetivo de plantão que não estava em ocorrência grave --mais de cem homens.
"Os adolescentes que estavam fora tinham ingresso e queriam entrar de qualquer jeito. Isso gerou um tumulto enorme. Algumas pessoas foram pisoteadas e esmagadas", disse o tenente Valdecir Capelli, do setor de comunicação da Polícia Militar.
Segundo ele, os policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.
Negligência
Alguns seguranças foram detidos, ouvidos pela polícia e liberados. Eles contaram que foram contratados de última hora pelo promotor Oliveira Neto. "Foi uma total negligência por parte do promotor", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto Abreu de Oliveira.
O show não foi interrompido durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
A polícia começou a ouvir ontem as testemunhas do caso.
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