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03/06/2003
-
22h20
da Agência Folha, em Manaus
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira 26 pessoas, entre elas 14 policiais, acusadas de envolvimento numa organização criminosa que atuava, entre Manaus e Tabatinga (AM) e em São Paulo, no tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, roubo, clonagem de veículos e extorsão.
Denominada Operação Águia, a ação teve início há dez meses com a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico dos acusados e foi deflagrada hoje com os decretos de prisão temporária de 30 acusados e mais 29 mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz da 4ª Vara da Justiça Federal, Boaventura João Andrade. Quatro dos acusados estavam foragidos até o início da noite.
De acordo com o delegado Reinaldo de Almeida César, deslocado de Brasília para presidir as investigações em Manaus, a operação da PF é o início "do desmantelamento de uma organização criminosa".
"É uma organização que tem um perfil clássico da legislação do crime organizado, com estrutura piramidal, divisão de tarefas e relação hierárquica", disse.
Entre os crimes atribuídos pela PF aos acusados estão a extorsão de dinheiro de donos de postos de combustíveis que fazem rota pelo rio Solimões.
Os acusados também se apropriariam de droga confiscada de traficantes, para venda posterior. O roubo e a clonagem de veículos teriam ligação com uma empresa de São Paulo.
"As provas são incontestáveis", disse o delegado César, que não não estimou o valor da movimentação financeira da quadrilha.
Segundo o superintendente da PF no Amazonas, delegado José Sales, o atual governador, Eduardo Braga (PPS), foi certificado da operação antes da sua posse, em janeiro, já que três dos supostos envolvidos na organização criminosa eram delegados que pertenciam à cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública, durante a administração do ex-governador Amazonino Mendes (PFL).
"Houve um comprometimento nosso de informar o novo governador sobre a existência da investigação, pois necessitávamos do seu apoio", disse o delegado Sales, em entrevista coletiva que contou com a presença do atual secretário da Segurança Pública, Júlio Pinheiro.
Ele anunciou o afastamento dos delegados José Cavalcante Filho --que foi titular Delegacia de Furtos de Veículos--, Raimundo Nunes Amazonas --titular da Roubo e Furtos-- e Arlindo Almeida --do 5º Distrito Policial.
O Comando da Polícia Militar também afastou o capitão Adrião Severiano Nunes Júnior, preso com os outros policiais. "Estamos separando o joio do trigo", disse Pinheiro.
Ação
Cerca de 300 agentes federais, dos quais 160 foram deslocados do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Pernambuco, participam da Operação Águia. A ação contou com homens do Coti (Comando de Operações Táticas) da PF e apoio dos ministérios públicos Federal e Estadual, governo do Amazonas, Polícia Militar do Amazonas e Força Aérea Brasileira.
As prisões ocorreram nas primeiras horas da manhã, surpreendendo muitos dos acusados em suas casas. Por volta das 6h, cerca de 60 policiais cercaram a casa do delegado José Cavalcante Filho, no Parque das Laranjeiras --bairro nobre da zona leste da cidade.
Nela estavam 6 dos 34 veículos apreendidos durante a ação. Cavalcante Filho tinha na garagem um veículo da marca alemã BMW, conversível, avaliado em US$ 150 mil, cujas placas trazem uma identificação inusitada: FBI 007.
Na casa foram encontrados dólares, armas, silenciadores de pistolas e balança, que seria usada para a pesagem de drogas.
PF prende 26 acusados de envolvimento com organização criminosa
KÁTIA BRASILda Agência Folha, em Manaus
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira 26 pessoas, entre elas 14 policiais, acusadas de envolvimento numa organização criminosa que atuava, entre Manaus e Tabatinga (AM) e em São Paulo, no tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, roubo, clonagem de veículos e extorsão.
Denominada Operação Águia, a ação teve início há dez meses com a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico dos acusados e foi deflagrada hoje com os decretos de prisão temporária de 30 acusados e mais 29 mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz da 4ª Vara da Justiça Federal, Boaventura João Andrade. Quatro dos acusados estavam foragidos até o início da noite.
De acordo com o delegado Reinaldo de Almeida César, deslocado de Brasília para presidir as investigações em Manaus, a operação da PF é o início "do desmantelamento de uma organização criminosa".
"É uma organização que tem um perfil clássico da legislação do crime organizado, com estrutura piramidal, divisão de tarefas e relação hierárquica", disse.
Entre os crimes atribuídos pela PF aos acusados estão a extorsão de dinheiro de donos de postos de combustíveis que fazem rota pelo rio Solimões.
Os acusados também se apropriariam de droga confiscada de traficantes, para venda posterior. O roubo e a clonagem de veículos teriam ligação com uma empresa de São Paulo.
"As provas são incontestáveis", disse o delegado César, que não não estimou o valor da movimentação financeira da quadrilha.
Segundo o superintendente da PF no Amazonas, delegado José Sales, o atual governador, Eduardo Braga (PPS), foi certificado da operação antes da sua posse, em janeiro, já que três dos supostos envolvidos na organização criminosa eram delegados que pertenciam à cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública, durante a administração do ex-governador Amazonino Mendes (PFL).
"Houve um comprometimento nosso de informar o novo governador sobre a existência da investigação, pois necessitávamos do seu apoio", disse o delegado Sales, em entrevista coletiva que contou com a presença do atual secretário da Segurança Pública, Júlio Pinheiro.
Ele anunciou o afastamento dos delegados José Cavalcante Filho --que foi titular Delegacia de Furtos de Veículos--, Raimundo Nunes Amazonas --titular da Roubo e Furtos-- e Arlindo Almeida --do 5º Distrito Policial.
O Comando da Polícia Militar também afastou o capitão Adrião Severiano Nunes Júnior, preso com os outros policiais. "Estamos separando o joio do trigo", disse Pinheiro.
Ação
Cerca de 300 agentes federais, dos quais 160 foram deslocados do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Pernambuco, participam da Operação Águia. A ação contou com homens do Coti (Comando de Operações Táticas) da PF e apoio dos ministérios públicos Federal e Estadual, governo do Amazonas, Polícia Militar do Amazonas e Força Aérea Brasileira.
As prisões ocorreram nas primeiras horas da manhã, surpreendendo muitos dos acusados em suas casas. Por volta das 6h, cerca de 60 policiais cercaram a casa do delegado José Cavalcante Filho, no Parque das Laranjeiras --bairro nobre da zona leste da cidade.
Nela estavam 6 dos 34 veículos apreendidos durante a ação. Cavalcante Filho tinha na garagem um veículo da marca alemã BMW, conversível, avaliado em US$ 150 mil, cujas placas trazem uma identificação inusitada: FBI 007.
Na casa foram encontrados dólares, armas, silenciadores de pistolas e balança, que seria usada para a pesagem de drogas.
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